O besteirol lulista

24 de Abril 2023 - 07h03
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O Brasil segue sendo o país do “E fulano?”, sempre que a crítica fere suscetibilidades políticas.

À época que Bolsonaro era presidente da república, quando alguém fazia alguma crítica ao governo dele, o defensor acrítico sacava “E Lula?”.

Agora, quando Lula é presidente da república, qualquer crítica dirigida a ele, o militonto vem com “E Bolsonaro?”.

Para lulistas e bolsonaristas, o mundo se resume a Lula e a Bolsonaro. E ambos, sejamos francos, mesmo lutando contra a correnteza fabricada pelos seus apoiadores, falam bobagens em doses cavalares. Calados, para relembrar Romário em referência do rei Pelé, dado a jogar bola fora, são poetas.

Como o mandato de Bolsonaro se encerrou (eu sempre identifiquei o ex-presidente como erro de percurso no péssimo percurso da democracia brasileira, pós-1985, tirando os governos de Itamar e os dois mandatos de Fernando Henrique, em quem não votei), volto minhas baterias, seguindo a máxima de Millôr Fernandes (“Jornalismo é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”), para o governo Lula.

Lula sempre falou muita bobagem (https://idag.jusbrasil.com.br/noticias/2338405/nunca-antes-na-historia-deste-pais-top-10-frases-mais-inacreditaveis-de-lula); (https://oglobo.globo.com/politica/relembre-as-50-frases-mais-polemicas-de-lula-durante-os-oito-anos-de-mandato-2903171); (https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/pol%C3%ADtica/criticado-por-frases-recentes-lula-coleciona-falas-pol%C3%AAmicas-relembre-1.818272); (https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2022/08/5031851-lula-no-jn-veja-5-frases-polemicas-do-petista-que-podem-ser-questionadas.html). Em doses cavalares. A única coisa que mudou, desde que ele se tornou um nome nacional, foi a emergência da Internet e, nos últimos dez anos, a pulverização da notícia, via blogues, sites e redes sociais.

Lula se adaptou tão rapidamente ao ambiente de comunicação dominado pela televisão, até a primeira década deste século. Fica dando caneladas, porém, no ambiente de comunicação dominado por mídias digitais. Foi o rei da sonora na televisão, agora é o rei da gafe em vídeos curtos que estão rapidamente rodando nas novas mídias.

Há quem diga que o debate da Globo contra o Collor, no segundo turno da eleição presidencial de 1989, demonstra as dificuldades que Lula teve, também, com a televisão, bem como as capas e manchetes das grandes revistas e jornais. Mas não restam dúvidas de que ele soube adequar-se e usar as mídias tradicionais a seu favor.

Também não falta quem aponte que qualquer pessoa madura e normal, criada em outro tempo, está propensa a cometer gafes em vídeos curtos, e que só jovens adolescentes que vivem imersos no mundo filmado de hoje são quase imunes às gafes, pois já nasceram fazendo dancinha e sabem tudo sobre as mídias digitais.

Lula caminha para os 80 anos e não está antenado com as novas mídias. É um dinossauro. Envelheceu quase tão rápido quanto algumas das más ideias que defende, que ainda nos anos 1980 eram passadas, conforme afirmou, em 1995, Lech Walesa, ex-líder sindical e então presidente da Polônia. Os dois estiveram juntos em 1981, no Vaticano, e o polonês disse: “Tínhamos pontos de vista diferentes. Ele via elementos bons no comunismo, que eu criticava muito...” (https://www.istoedinheiro.com.br/a-diferenca-entre-lula-e-walesa/).

Ainda que não seja comunista, Lula não consegue se desvincular de alguns cacoetes estatistas e de certa simpatia por regimes autocráticos, quase sempre de esquerda.

À época das sonoras, tais cacoetes eras disfarçados nas salas de edições; na época dos vídeos curtos, qualquer cochilada está instantaneamente no ar, desgastando a já combalida imagem do atual presidente do Brasil, por mais que seus acólitos tentem maquiar os fatos.