Nubank cai na Bolsa após CEO e fundador vender R$ 950 milhões em ações

18 de Agosto 2023 - 03h37
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As ações do Nubank (NU) estão em queda hoje, depois que o colombiano David Vélez, bilionário cofundador do banco digital, vendeu parte de suas participação pela primeira vez desde a abertura de capital da empresa.

Ele recebeu US$ 191 milhões com a venda - cerca de R$ 952 milhões. Mesmo após a venda, Vélez continua sendo o maior acionista individual do Nubank, com quase 75% do poder de voto da empresa.

A ação está em queda de 5,17% na abertura do pregão na Nasdaq, cotadas a US$ 7,24, por volta das 12h no Brasil. Em Nova York, os papéis do Nubank chegaram a desabar 8,64%, a 6,98 dólares, no pior momento até agora. Os recibos de ação do banco também estão em queda. Os BDRs ROXO34, que são os recibos de ações negociados no Brasil, caíam 5,19%, para R$ 6,02 no mesmo horário.

Vélez vendeu 3% de sua participação, cerca de 25 milhões de ações, levantando cerca de US$ 191 milhões. Segundo entrevistas, ele usará o dinheiro para criar uma fundação com sua esposa Mariel Reyes, para ajudar iniciativas de liderança e educação na América Latina. Segundo a Forbes, ele é dono de uma fortuna de US$ 7,2 bilhões.

A venda aconteceu um dia depois que o banco anunciou os resultados do segundo trimestre. O Nubank teve lucro líquido de US$ 224,9 milhões, uma reversão do prejuízo de US$ 29,9 milhões apresentado um ano antes.

O resultado surpreendeu o mercado, que esperava um lucro em torno de US$ 159 milhões. "O Nubank adicionou mais 4,6 milhões de clientes no trimestre, atingindo uma base de 83,7 milhões", ressaltou Bank Of America, numa analise sobre os balanço trimestral.

O BTG ressaltou que a rentabilidade no Brasil foi muito forte. Houve, segundo a análise, uma impressionante redução de custos.

Por que as ações estão caindo?
A incerteza afeta os papéis do banco digital. "Ainda é cedo para dizer se essa venda vai gerar algum impacto. Na dúvida, muito investidor sai vendendo", explica Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.

Mas não há motivos para preocupações. "É uma parcela pequena das ações que está sendo vendida. E é normal que o controlador tenha outras aspirações", explica William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue.

Com informações de UOL