Nova Previdência abrirá caminho para redução dos juros, diz presidente da CNI

23 de Junho 2019 - 10h26
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A aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados será crucial para o Banco Central reavaliar os riscos e retomar a trajetória de queda dos juros básicos da economia na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para o fim de julho.

A avaliação foi feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira (19), logo depois do anúncio da manutenção da taxa de juros, a Selic, em 6,5% ao ano. Foi a décima vez consecutiva em que o Copom manteve os juros em 6,5%, o menor patamar da história.

“A decisão mostra a cautela do Banco Central em relação à tramitação da reforma da Previdência e aos possíveis impactos sobre as variáveis econômicas, como o câmbio, o déficit nas contas públicas e o investimento”, afirmou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Segundo Robson Andrade, há um ambiente favorável à redução dos juros. “No plano doméstico, diminuíram as pressões sobre os preços e a inflação continua abaixo da meta, e as dificuldades de recuperação da atividade indicam que a economia crescerá menos de 1% neste ano. Além disso, o desemprego continua alto, o que compromete o consumo das famílias”, explicou o presidente da CNI.

“No plano externo, há um movimento de corte na taxa de juros nos países emergentes, que devem se antecipar ao esperado ciclo de redução dos juros americanos, provocado pela desaceleração da economia mundial”, acrescentou Robson Andrade. “A queda dos juros é fundamental para estimular os investimentos, o consumo e, consequentemente, o crescimento econômico e a criação de empregos”, finalizou.