Líderes latino-americanos reagiram à vitória do venezuelano Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) nas eleições presidenciais de domingo (28). O CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão controlado pelo regime chavista, confirmou a reeleição de Maduro na madrugada desta segunda-feira (29).
De acordo com o órgão eleitoral da Venezuela, com 80% das urnas apuradas, Maduro obteve 51,2% dos votos (5.150.092), contra 44,2% (4.445.978) do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita). Outros candidatos obtiveram 462.704 votos, que corresponde a 4,6% do total.
Entre os que se manifestaram está o presidente da Argentina, Javier Milei. Afirmou em publicação no X (ex-Twitter) que “os venezuelanos optaram por acabar com a ditadura comunista de Nicolás Maduro”, citando pesquisas de intenções de voto que apontavam González Urrutia como vencedor.
“A Argentina não vai reconhecer mais uma fraude e espera que desta vez as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular”, completou.
Pouco antes, em seu discurso de vitória, Maduro chamou Milei de “lixo”, “covarde”, “traidor”, “fascista” e “estúpido”. Disse: “Milei, você não me suporta nem por uma rodada. Criatura covarde, traidora da pátria, fascista. Estas pessoas já disseram ‘não ao capitalismo selvagem’. […] Milei, lixo, você é a ditadura. Milei, vendedor da pátria, covarde. Deve estar sofrendo com sua cara de monstro. Estúpido”.
O líder chileno, Gabriel Boric, declarou, também pelo X, que seu país não reconhecerá “nenhum resultado que não seja verificável”. E concluiu: “A comunidade internacional e especialmente o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigem total transparência das atas e do processo, e que observadores internacionais não comprometidos com o governo prestem contas pela veracidade dos resultados”.
“Assim não!”, escreveu o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, na rede social, afirmando que Maduro iria “‘vencer’ independentemente dos resultados reais”.
Na mesma linha, o presidente do Peru, Javier González-Olaechea, disse no X que seu país “não aceitará a violação da vontade popular do povo venezuelano”.
Já Maduro nega irregularidades. Depois que os resultados foram anunciados, disse em discurso que a Venezuela tem um “sistema eleitoral de altíssimo nível de confiança, segurança e transparência”.
Com informações de Poder 360