Mercado de quentinhas e marmitas sobe 121% no RN em três anos

04 de Março 2020 - 15h00
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Preparar e comercializar refeições prontas tem sido a porta de entrada no mundo dos negócios para muitos empreendedores. O número de empresas formalizadas no Rio Grande do Norte que atuam com essa atividade deu um salto significativo nos últimos três anos. De acordo com levantamento feito pelo Sebrae no Rio Grande do Norte, tendo como base os dados do Ministério da Economia, a qualidade de negócios ligados à alimentação para consumo domiciliar (classificação dos serviços de marmitas, quentinhas e outras refeições embaladas) registrou um aumento de 121,2% em três anos. 

O número de estabelecimentos subiu de 1.349 empresas para 2.984 pequenos negócios, e até o final de fevereiro o total já saltou para 3.151 empresas. O MEI representa cerca de 94% desse total de empresas que trabalham com alimentação para consumo domiciliar em todo o Rio Grande do Norte. Essas informações confirmam a importância dessa atividade como uma das alternativas mais buscadas no momento do desemprego, mas também indicam um movimento natural do mercado que busca desenvolver novos modelos de negócio que respondam à demanda de um consumidor mais exigente e seletivo, que não está necessariamente disposto a pagar muito mais por produtos de qualidade.

E o crescimento não está restrito apenas ao Rio Grande do Norte. O Brasil registrou crescimento semelhante. Nos últimos cinco anos, o número de empreendimentos cresceu expressivamente no país, passando de 102,1 mil (2014) para 239,8 mil (2019) – o que representa um crescimento de 134%.

A explicação para esse salto está principalmente na atividade dos Microempreendedores Individuais, que representavam 91,6% do total de empresários desse segmento em 2014 e que, no ano passado, passaram a responder por cerca de 94% (225,6 mil) do universo de empreendedores registrados. Os últimos números do Portal do Empreendedor (janeiro 2020) confirmam que essa tendência se mantém forte. Apenas entre novembro (2019) e janeiro, o portal já registrou a criação de quase 3 mil novos MEI especializados na produção de alimentos para consumo domiciliar.

Os pequenos negócios do segmento de alimentação para consumo domiciliar devem estar atentos à necessidade de aumentar a produtividade e à redução de custos, sem perder de vista a importância de acompanhar as novas tendências do setor. As principais delas são a valorização da origem do produto e de ingredientes regionais brasileiros, além do aumento da sustentabilidade do negócio a partir do banimento do plástico, oferta de embalagens sustentáveis e eliminação de qualquer desperdício. A oferta de alimentos saudáveis com elementos do vegetarianismo, que são substitutos vegetais de proteínas animais, como a carne a base de plantas, é outra tendência em alta, assim como a gourmetização.

Para quem vai entrar no mercado ou já está trabalhando no segmento de marmitas, é preciso também adotar algumas práticas que podem assegurar uma diferenciação diante da concorrência. Nesse sentido, é importante pensar na conveniência e praticidade, além de realizar operações enxutas. O uso da tecnologia também é uma tendência que deve usada como aliada, como os aplicativos de entrega ou terminais de autoatendimento.