Litro da gasolina pode chegar a R$ 9, afirmam especialistas

08 de Março 2022 - 06h49
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Com o preço do barril do petróleo em alta, o litro da gasolina no Brasil pode bater a marca dos R$ 9,00, conforme especialistas consultados pela coluna de Victor Ximenes do Diário do Nordeste.

O nível do aumento dependerá de outros fatores, como o câmbio e as medidas nacionais e internacionais para conter a disparada, mas é questão de tempo para haver altas nos postos.

“Com o preço do petróleo nesse patamar, a depender também da variação cambial, projeta-se que a gasolina poderá chegar a médio prazo para o consumidor final ao preço de R$ 9,00 por litro”, avalia Bruno Iughetti, consultor na área de Petróleo e Gás e presidente da Câmara Setorial de Logística.

O economista Allisson Martins estima que, com base na cotação atual do petróleo, o litro da gasolina pode chegar a R$ 8,77. O modelo matemático utilizado por ele para chegar a este valor leva em conta a evolução dos preços nas últimas semanas. 

Quando a Petrobras efetuou o último reajuste às refinarias, em janeiro, o barril ainda custava em torno de US$ 87. Hoje, a commodity amanheceu batendo a casa dos US$ 130.

“Temos uma defasagem de mais ou menos 30%. Existe uma pressão do Governo para tentar segurar e diminuir os impactos da inflação, mas nos últimos meses, a Petrobras demonstrou que vai manter sua política de preços. Mantendo isso, deve haver um aumento muito significativo nos preços, de 20% a 25%, podendo o litro chegar até a R$ 8,50 já nas próximas semanas”, prevê Ricardo Coimbra, economista com cadeira na Academia Cearense de Economia.

O comportamento dos preços vai depender das movimentações internacionais, como as possíveis negociações dos Estados Unidos com a Venezuela e o Irã, que podem amenizar a pressão sobre os preços.

Resta saber ainda como o Governo Federal pretende interferir no tema, que é bastante sensível neste ano de eleição. Estão em discussão algumas alternativas para segurar as altas dos combustíveis, entre elas a criação de um fundo bilionário para segurar os preços. Os debates devem acelerar com a urgência trazida pela guerra.

Com informações do Diário do Nordeste