Instituição financeira potiguar fecha as portas após mais de 50 anos

11 de Março 2021 - 10h59
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A Companhia Hipotecária Brasileira (CHB) anunciou hoje (11) o encerramento de suas atividades e a entrada em processo de liquidação extrajudicial pelo Banco Central, após mais de 50 anos de atividades, sendo a única instituição financeira privada do RN.

O Banco Central decretou hoje a liquidação extrajudicial da empresa com sede em Natal, por meio de um ato do presidente Roberto Campos Neto. A autoridade monetária nomeou Marcos Antônio Siqueira Leite como liquidante da CHB, com amplos poderes de administração e liquidação.

O Departamento de Resolução e de Ação Sancionadora (Derad) do BC comunicou ainda que ficam indisponíveis os bens de três controladores da CHB e de um ex-administrador da companhia.

“Não resistimos as inúmeras crises que assolam o Brasil e o RN nos últimos anos. Alto índice de inadimplência, justiça morosa e sempre pró-devedor, baixa dos preços dos ativos imobiliários, dificuldade de venda de imóveis retomados, engessamento dos órgãos reguladores e agora a Pandemia causaram a tempestade perfeita para que isso acontecesse”, diz trecho do comunicado da empresa.

Leia o comunicado na íntegra:

"Queria compartilhar uma notícia triste com vocês. A Covid fez uma nova vítima. A CHB hoje entra em processo de liquidação extrajudicial pelo Banco Central. Depois de mais de 50 anos sendo a única instituição financeira privada do RN, não resistimos as inúmeras crises que assolam o Brasil e o RN nos últimos anos. Alto índice de inadimplência, justiça morosa e sempre pró-devedor, baixa dos preços dos ativos imobiliários, dificuldade de venda de imóveis retomados, engessamento dos órgãos reguladores e agora a Pandemia causaram a tempestade perfeita para que isso acontecesse. Não acredito que demos errado, pelo contrário. Demos muito certo. Foram mais de 50 anos atuando com foco no RN e no Nordeste, somos reconhecidos nacionalmente e parceiros comerciais de grandes grupos empresariais de atuação nacional dos setores de construção civil e mercado financeiro, viabilizamos a construção e aquisição de quase 50 mil residências, geramos empregos e de certa forma contribuímos um pouco com o desenvolvimento do estado. Mas o mundo, gira, muda, se reinventa, e agora chegou a nossa hora. Nada é para sempre. Encerramos um ciclo para com certeza iniciarmos outro. Estamos de cabeça erguida, com sentimento de dever cumprido e certeza que sempre atuamos de forma honesta e transparente com todos. Esse é o nosso maior legado".