Indústria do RN registra queda em dezembro, mas empresários se mantêm otimistas

28 de Janeiro 2020 - 14h22
Créditos:

A Sondagem das indústrias Extrativas e de Transformação do Rio Grande do Norte, elaborada pela FIERN, revela que no mês de dezembro a produção industrial potiguar registrou queda mais intensa, contrapondo-se à moderação observada no mês anterior. Apesar disso, o indicador de produção do conjunto da indústria potiguar atingiu o maior valor para um mês de dezembro desde 2012, quando o índice alcançou 48,0 pontos.

Como resultado, o nível médio de utilização da capacidade instalada (UCI) caiu de 72% para 71%, e foi considerada pelos empresários como abaixo do padrão usual para meses de dezembro.

O número de empregados, por sua vez, apontou estabilidade na passagem de novembro para dezembro. Além disso, os estoques de produtos finais aumentaram, e ficaram acima do nível planejado pelo conjunto da indústria. Apesar do recuo da atividade no último mês do ano, os empresários industriais potiguares iniciam 2020 ainda mais otimistas, do que estavam no final de 2019. Para os próximos meses, eles preveem aumento da demanda, do número de empregados, das compras de matérias-primas e da quantidade exportada. Já o índice de intenção de investimento, registra aumento pelo segundo mês consecutivo.

Os índices de satisfação com a situação financeira e com o lucro operacional registraram aumento no quarto trimestre de 2019, mas permaneceram abaixo da linha divisória de 50 pontos, indicando insatisfação dos empresários tanto com a margem de lucro operacional quanto com a situação financeira de suas empresas, ainda que em menor intensidade. O indicador de acesso ao crédito também subiu, sem, contudo, ultrapassar a linha dos 50 pontos, mostrando que as restrições continuaram no trimestre. Além disso, os empresários avaliaram que os preços médios das matérias-primas subiram em relação ao trimestre anterior.

Quando comparados os dois portes de empresa pesquisados, observam-se, em alguns aspectos, comportamento divergente. As pequenas indústrias apontaram estabilidade na produção e estoques de produtos finais em queda e abaixo do planejado. Apesar da satisfação demonstradacom a margem de lucro operacional, as empresas de menor porte avaliaram como ruim a própria situação financeira. As expectativas para os próximos seis meses são de queda na demanda, no número de empregados e nas compras de matérias-primas; e de estabilidade exportações.

Tampouco há perspectiva de aumento nos investimentos. As médias e grandes empresas, por sua vez, assinalaram queda na produção e estoques de produtos finais em alta e acima do nível desejado. As perspectivas em relação aos próximos seis meses, são amplamente positivas em todos os indicadores: demanda, número de empregados, compras de insumos, exportações e de intenções de investimentos.

O principal problema do trimestre, na opinião dos empresários potiguares, continua sendo a elevada carga tributária, embora as assinalações tenham recuado comparativamente ao trimestre anterior. Em contrapartida, aumentaram as assinalações relativas à inadimplência dos clientes e à falta de capital de giro, que ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente. Destacam-se, ainda, as citações para demanda interna insuficiente, competição desleal (que pulou da 11ª para a 5ª colocação no ranking) e falta ou alto custo de energia.

Por fim, quanto ao desempenho anualizado, é importante destacar que é perceptível, na Sondagem Industrial, a recuperação da indústria potiguar em 2019 – em ambos os portes analisados -, tomando por base a trajetória de desempenho mensal, desde 2016, mostrada nos gráficos de número de empregados, da utilização da capacidade instalada, do estoque efetivo/planejado de produtos finais, da situação financeira, das expectativas e intenções de investimentos para os meses seguintes.