Governo Fátima lançará atlas eólico com potencial para energias renováveis do RN

15 de Agosto 2019 - 03h41
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O Rio Grande do Norte é o estado que lidera a geração de energia eólica no Brasil, contando cerca de 30% do potencial instalado no país. O trabalho do Governo do Estado para consolidar a posição no ranking e ampliar a capacidade foi o destaque do discurso da governadora Fátima Bezerra na abertura do 11º Fórum Nacional Eólico, nesta quarta-feira (14).

Desde janeiro, a chefe do Executivo estadual e o secretariado de Governo receberam uma série de empresas do Brasil e de quatro países para discutir novos investimentos. A previsão é de que 60 novos parques eólicos sejam instalados no estado até 2023, com mais de R$ 10 bilhões aplicados.

“A responsabilidade do Governo é manter o Rio Grande do Norte na frente. Por isso estamos imprimindo um trabalho sério e dedicado para emitir as licenças ambientais mais rápidas do Brasil, garantindo segurança jurídica para os servidores sem descuidar da qualidade técnica”, destacou Fátima Bezerra.

Dentre os novos parques previstos estão alguns que foram licenciados pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) em uma força-tarefa montada no 1º semestre deste ano. “Nós estamos trabalhando com um Idema ágil e uma política de incentivos inteligente, que fortaleça os investimentos consolidados e avance na conquista de novos empregos. E no dia 12 de setembro vamos instalar a Câmara Setorial de Energia”, ressaltou a governadora para um auditório lotado na Escola de Governo. Fátima ainda aproveitou o discurso para saudar o trabalho pioneiro desenvolvido pelo senador Jean-Paul Prates, que foi um dos principais responsáveis pela atração dos parques eólicos para o RN e a consolidação do setor no Brasil.

O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado, também ressaltou a parceria do Governo com o meio acadêmico no desenvolvimento de novas estratégias para conquista de investimentos. “Estamos trabalhando na construção do novo atlas eólico e solar do Rio Grande do Norte, que vai abrir novas possibilidades de geração de energia e, consequentemente, facilitar os investimentos”, disse ele.

O atlas deverá contar com dados sobre o potencial eólico de geração de energia offshore, que é a instalação de aerogeradores no mar. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Petrobras já conduzem um projeto-piloto para instalação do primeiro parque na costa de Guamaré dentro dos próximos anos. O potencial previsto de geração no trecho entre a Costa Branca potiguar e o Ceará é de 140 GW (gigawatts), que representa dez vezes mais do potencial instalado no país atualmente.

Atualmente o RN gera 4 GW, por meio de 152 parques que operam cerca de 1500 turbinas. A produção de energia eólica representa 86% da energia gerada no estado, sendo o restante dividido entre as matrizes solar fotovoltaica e termoelétrica.

O Fórum Nacional Eólico, que tem o Governo como anfitrião, acontece desde 2009 e é um dos principais do setor, envolvendo investidores, pesquisadores e financiadores para discutir questões de mercado, desenvolvimento de novas tecnologias, marco regulatório e outros pontos que envolvem a geração de energia eólica. O evento que é organizado pelo Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne) e a VIEX Américas segue até a sexta-feira (16), quando será construída e assinada a Carta dos Ventos, documento que resume os debates e norteia os próximos passos do setor no Brasil.