Globo se complica e coleciona processos milionários de famosos; veja lista

17 de Agosto 2022 - 08h22
Créditos:

Famosos que estiveram por anos ou décadas em produções da TV Globo, seja na dramaturgia, entretenimento ou jornalismo, já recorreram à Justiça para processar a emissora após serem demitidos. A relação inclui atrizes como Maitê Proença, jornalistas como Fernando Vanucci e ex-participantes de reality shows, como Marcos Harter, que esteve no “BBB”.

As ações movidas por nomes como Maitê e Carolina Ferraz, que tratam de direitos trabalhistas, foram criticadas por outro ex-funcionário da casa, o jornalista Carlos Tramontina, em uma entrevista recente ao podcast Flow.

“Acho o seguinte cara: você ficou 20 anos fazendo o negócio e serviu, agora não presta? Mas que hipocrisia é essa?! Eu vi outro dia as duas atrizes, a Maitê e a Carolina, agora processam a Globo por direitos trabalhistas, mas quando eram pessoas jurídicas pagavam menos imposto e agora querem recuperar os direitos trabalhistas”, disse Tramontina ao comentar os processos das atrizes.

Em geral, a Globo opta por não comentar os processos em aberto. Algumas das ações já tiveram desfecho, como o processo movido pelo ex-BBB Marcos Harter. Ele pedia indenização por danos morais e materiais por ter sido desclassificado sob a acusação de agressão, mas perdeu e foi obrigado a indenizar a empresa.

Carolina Ferraz
Atual apresentadora do “Domingo Espetacular”, da Record TV, Carolina Ferraz trabalhou na Globo por 25 anos e atuou em novelas, como Por Amor (1997) e Avenida Brasil (2012). Ela foi demitida em 2017 e, no mesmo ano, decidiu processar a antiga empregadora. O motivo? Cobrar direitos trabalhistas não recebidos por ela ter sido contratada como pessoa jurídica (PJ).

Segundo o colunista de Splash Ricardo Fletrin, ela move uma ação estimada em cerca de R$ 5 milhões,na qual exige vínculo empregatício e todos os direitos trabalhistas previstos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). O processo corre até hoje na Justiça do Trabalho.

Maitê Proença
Assim como Carolina, Maitê Proença também entrou com processo na Justiça contra a Globo. A atriz, que participou de novelas como “Felicidade” (1996) e o remake de “Gabriela” (2012), foi dispensada em 2016 após mais de 30 anos de serviços prestados à emissora como PJ. No ano seguinte, ela abriu um processo reivindicando direitos trabalhistas pelo tempo em que ficou contratada.

O processo corre sob segredo de Justiça, mas, segundo o site Notícias da TV, Maitê pede uma indenização no valor de R$ 500 mil e convocou Carolina Ferraz para testemunhar a seu favor. Procurada pelo site, a Globo disse que não se pronuncia sobre processos judiciais em andamento.

Izabella Camargo
Após ficar afastada durante meses para tratar a síndrome de burnout, a jornalista Izabella Camargo foi demitida da Globo em 2018 e reintegrada por determinação judicial em julho do ano seguinte. No dia da reintegração, porém, a emissora não a recebeu. Segundo o colunista de Splash Ricardo Feltrin, na ocasião, a emissora não permitiu sua entrada na sede de São Paulo, mas ela acabou conseguindo isso depois com um oficial de Justiça.

Ainda segundo o colunista do Splash, em 2019, ano em que deixou a emissora definitivamente, a jornalista e a emissora firmaram um acordo, no qual a jornalista deveria receber cerca de R$ 1 milhão. Em compensação, Izabella Camargo não poderia mais dizer que a doença que sofre, síndrome de Burnout, foi causada pela emissora.

Sonia Braga
Antes de se tornar estrela de filmes nacionais e internacionais, Sonia Braga atuou em novelas da TV Globo como “Dancin Days”. A trama de Gilberto Braga foi exibida originalmente em 1978 e ganhou reprise no Canal Viva em 2014. Foi nesse momento que Sônia processou a antiga empregadora para cobrar o pagamento dos direitos autorais conexos pela reexibição da obra, em direitos de imagem.

A reexibição da trama em 2014 rendeu recordes de audiência e liderança na TV por assinatura, segundo o blog Outro Canal, da Folha de S.Paulo. Na época, o Viva disse que licencia conteúdo da Globo e de outras produtoras nacionais e internacionais e que esses fornecedores é que são responsáveis pelo pagamento dos direitos a seus contratados.

A Globo saiu vitoriosa em 2018. O juiz Ricardo Cyfer, da 10ª Vara Cível do Rio, alegou que o prazo para o pagamento ainda estava valendo, e que a atriz havia se precipitado, e não cabia recurso.


Paulo Coronato
Paulo Coronato, que fez sucesso na novela “Mulheres Apaixonadas” (2003), também passou por um caso semelhante recentemente. Ele pediu à Justiça para ter acesso a documentos da TV Globo relativos às reprises das obras em que trabalhou. Ele alegava que tomou conhecimento, por meio de diversos sites, que a Globo vem reprisando seus trabalhos sem efetuar o pagamento aos artistas ou efetuando de forma incorreta, inclusive com vendas internacionais não repassadas.

Em contestação, a Globo defendeu que a eventual cobrança de verbas estaria sujeita ao prazo de 5 anos e compartilhou os dados sobre as reprises, exibições e comercializações anteriores ao processo. O ator também pediu documentos assinados pela Globo com terceiros, mas a juíza Beatriz Cabezas afirmou que não se pode exigir que a TV apresente documentos assinados com outros. Dessa forma, a magistrada deu como encerrado o processo.

Fernando Vanucci
O narrador esportivo Fernando Vanucci, que morreu em 2020, saiu da emissora em 1999 após “ser colocado na geladeira” por um erro: ser filmado engolindo um lanche ao vivo no Esporte Espetacular. Em entrevista ao UOL, ele disse que ficou incomodado após a emissora impor uma multa por descumprimento de regras no trabalho. Ele, então, entrou com um processo na Justiça e não voltou mais à Globo.

Na Justiça, Vanucci venceu um processo trabalhista contra a Globo e recebeu uma indenização pela falta de vínculo empregatício ao longo dos 26 anos. O jornalista afirma ter recebido em torno de R$ 2 milhões. A Globo, à época, afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que não comenta processos sub judice, mas alegou que o valor efetivamente pago foi menor do que o alegado por Vanucci.

Paralelamente corria um processo cível, que o apresentador perdeu anos antes de receber a indenização milionária. Na época, ele estava na Rede TV! e passou por momentos delicados porque teve as contas bloqueadas.

Ex-BBB Marcos Harter
Marcos Harter esteve na Globo por poucas semanas, apenas enquanto esteve confinado no “BBB 17″. Ele foi acusado de agredir a sister Emily, que venceu a temporada, e foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro ao sair do reality, mas acabou absolvido.

Por isso, ele decidiu processar a Globo ao afirmar ter sofrido danos morais e materiais por participar do reality. A defesa de Marcos brigou por uma indenização de R$ 750 mil, mas ele, no entanto, perdeu a causa e teve de pagar R$ 75 mil à emissora em janeiro de 2021, segundo o site Notícias da TV.

O ex-BBB recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e foi derrotado em segunda instância. À Justiça, a Globo argumentou que ele foi expulso do reality show após análise interna das imagens e diante do fato de a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) do Rio ter aberto um inquérito criminal para apurar a conduta dele no programa.

Com informações do Terra Brasil Notícias