
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu em entrevista à coluna que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, peça demissão ou que, caso isso não ocorra, o presidente Lula o demita e a medida seja chancelada pelo Senado. Em entrevista na sede do PT, em Brasília, nesta quarta-feira (1/3), Hoffmann criticou a postura conciliatória que Campos Neto adotou nas últimas semanas junto ao governo e cobrou novamente a redução da taxa de juros, que ela vê como fundamental para a retomada do crescimento.
A declaração da petista reforça a ofensiva do PT contra a atual gestão da autoridade monetária. O incômodo central é com a taxa básica de juros, mantida pelo BC em 13,75% na última reunião do Conselho de Política Monetária que tratou do tema, em 1º de fevereiro.
No mês passado, Lula disse que reavaliará a autonomia do Banco Central no fim de 2024, quando terminará o mandato de Campos Neto.
A Lei de Autonomia do BC manda que uma eventual decisão de afastamento do presidente do BC pelo presidente da República tenha o aval do Senado. Outra possibilidade, claro, é o próprio dirigente renunciar ao cargo.
“Ele [Roberto Campos Neto] tinha que pedir para sair do Banco Central. Ele não tem nada a ver com esse projeto que ganhou nas urnas”, disse Hoffmann, completando: “Se ele quer um reposicionamento, ele acena que vai baixar a taxa de juro. É o que ele pode fazer de melhor para esse país”.
Campos Neto não foi o único integrante da cúpula econômica alvo do escrutínio de Hoffmann na entrevista à coluna. A presidente do PT também avaliou a postura de Fernando Haddad na condução do Ministério da Fazenda, numa sinalização de paz, e mandou um duro recado para o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Com informações do Metrópoles