Filha é condenada a 85 anos de prisão por matar e carbonizar pais

28 de Agosto 2024 - 09h31
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Anaflávia Martins Gonçalves, acusada de matar, roubar e carbonizar pais e irmão em Santo André, na região metropolitana de São Paulo, foi condenada a 85 anos, cinco meses e 23 dias de reclusão.

Julgamento de Anaflávia ocorreu nesta terça-feira (27). A ré terá que cumprir pena em regime inicial fechado, pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, roubo majorado, associação criminosa e destruição de cadáver. Outras duas pessoas envolvidas já haviam sido condenadas. O caso aconteceu em janeiro de 2020.

A ré era a filha mais velha do casal assassinado. As vítimas do crime foram os empresários Romuyuki Veras Gonçalves, 43, e Flaviana de Meneses Gonçalves, 41, e o filho deles, Juan Victor Gonçalves, 15, irmão de Anaflavia.

Cinco pessoas já haviam condenadas pelo Tribunal do Júri da comarca. Mas, em 2023, apenas o julgamento de Anaflávia foi anulado pela 2ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. Na decisão anterior, a mulher havia sido condenada a cumprir a pena de 61 anos, 5 meses e 23 dias de reclusão.

Outros dois envolvidos no crime já tinham penas estabelecidas. São eles:Carina Ramos de Abreu, então namorada de Anaflávia, que teve a pena decretada em 74 anos, sete meses e 10 dias em regime fechado, e Guilherme Ramos da Silva, amigo delas, deverá cumprir a pena, em regime fechado, de 56 anos, dois meses e 20 dias.

Relembre o caso
A avó materna de Anaflávia disse que a neta tinha "péssimo relacionamento" com a família após o início do relacionamento com Carina. Segundo denúncia do Ministério Público, as duas queriam ficar com a casa e os carros da família, além de um seguro de vida em nome de Romoyuki.

Segundo o Ministério Público, Anaflávia e Carina facilitaram a entrada dos três homens na casa da família. Imagens gravadas por câmeras de segurança mostram o grupo entrando na casa. Eles simularam um assalto. Os cinco foram denunciados pelo MP em março de 2020.

O objetivo era roubar R$ 85 mil que estavam no cofre da casa, mas a quantia não foi encontrada. Esse dinheiro, segundo o MP, seria usado para pagar os três homens e o casal ficaria com R$ 50 mil.

O grupo roubou itens da casa, como televisão, joias, perfumes e os celulares das vítimas. Os três foram assassinados com golpes na cabeça e tiveram os corpos carbonizados.

Carina e Anaflávia agiram por "cobiça", escreveu o juiz Lucas Tambor Bueno em decisão de maio de 2021, quando decidiu que os cinco deveriam ir a júri popular. Segundo o magistrado, as duas pretendiam "alcançar o patrimônio das vítimas". Já os demais agiram mediante "promessa de recompensa".

A defesa de Anaflávia pediu absolvição sumária dela na ocasião, negando autoria dos crimes. A de Carina alegou que ela apenas pretendia participar de um "roubo simulado", sem participação nos assassinatos. Já a de Guilherme argumentou a ausência de individualização da ação dele no caso e alegou que não existiam provas de que ele havia praticado os assassinatos e a destruição dos cadáveres.

Com informações de UOL