
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) decidiu que o ex-médico Lauro Estevão Vaz irá a júri popular, acusado de provocar o incêndio que matou sua mãe, Zely Alves Curvo, de 94 anos, em Águas Claras, no dia 31 de maio de 2024.
A decisão do juiz André Ribeiro destaca que o crime foi cometido “com o emprego de fogo e contra ascendente”. Lauro permanece preso preventivamente, acusado de feminicídio contra pessoa idosa e em situação de vulnerabilidade.
De acordo com o laudo pericial do Corpo de Bombeiros, o fogo começou no quarto em que a idosa, acamada após um AVC, estava sozinha. Testemunhas e evidências reforçam a suspeita de que o incêndio foi provocado intencionalmente. Após o ocorrido, Lauro retornou ao local, viu o corpo carbonizado da mãe e, segundo os autos, foi embora sem acionar os socorros.
Em depoimento, ele afirmou que cuidava da mãe desde 2021 e que no dia do incêndio saiu para levar a ex-namorada ao trabalho e ir à academia, deixando a idosa sozinha com aparelhos elétricos ligados.
O ex-médico já possui antecedentes criminais. Teve o registro profissional cassado pelo Conselho Regional de Medicina do DF após ser condenado por abusar sexualmente de duas pacientes, entre elas uma adolescente grávida, durante exames em unidades públicas de saúde entre 2009 e 2010.
A Justiça justificou a manutenção da prisão por considerar a gravidade do crime, o histórico de Lauro e o risco de fuga.