
Um novo estudo publicado no Canadian Journal of Cardiology sugere que o consumo moderado de vinho branco e champanhe pode ajudar a reduzir o risco de parada cardíaca súbita (PCS). A pesquisa analisou dados de mais de 500 mil pessoas e identificou 56 fatores de risco modificáveis para a condição, que ocorre quando o coração para de bater repentinamente, interrompendo o fluxo sanguíneo para o cérebro e outros órgãos vitais — o que pode levar à perda de consciência e até à morte.
De acordo com os pesquisadores, entre 40% e 63% dos casos de PCS poderiam ser evitados com mudanças simples no estilo de vida. Além do consumo regular e moderado de vinho branco e champanhe, outros hábitos considerados protetores incluem a ingestão de frutas, a manutenção de um Índice de Massa Corporal (IMC) saudável, o otimismo e o bom nível de escolaridade.
Por outro lado, fatores como pressão alta, má qualidade do sono, sedentarismo, tabagismo e excesso de gordura corporal — especialmente na região dos braços — aumentam o risco da condição.
“Todos os estudos anteriores sobre a PCS focavam em hipóteses prévias e analisavam um número limitado de fatores. Nosso estudo usou uma abordagem ampla, chamada estudo de associação de todo o expossoma, para investigar uma variedade de exposições ambientais e seus impactos na saúde”, explicou Huihuan Luo, autor principal da pesquisa.
Procurada pela coluna Claudia Meireles, a nutricionista Amanda Figueiredo explicou que o vinho branco e o champanhe são derivados da uva, rica em resveratrol — um antioxidante conhecido por proteger os vasos sanguíneos e melhorar a circulação. No entanto, ela faz um alerta: “Apesar dos possíveis benefícios, essas bebidas contêm álcool, e o consumo excessivo pode causar sérios prejuízos à saúde, como lesões hepáticas, arritmias e dependência. A moderação é fundamental.”
A especialista também reforçou que uma alimentação equilibrada continua sendo essencial para a saúde do coração. Alimentos cardioprotetores como frutas vermelhas, oleaginosas, peixes gordurosos (salmão, sardinha, atum), vegetais verde-escuros, alho, cúrcuma e chá verde devem ser priorizados.
Por outro lado, o consumo frequente de carnes processadas, alimentos ultraprocessados, frituras, gordura trans, açúcar e sal em excesso aumenta o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), porém, adverte: não existe uma quantidade segura para o consumo de álcool. Portanto, prudência e moderação continuam sendo as principais recomendações.