Energia Solar ajuda a ampliar competitividade de oficinas do Pró-Sertão

21 de Setembro 2019 - 04h48
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Com um índice alto de luminosidade natural praticamente o ano todo, o semiárido do Rio Grande do Norte tem as características ideais para o desenvolvimento da energia solar e pelo menos um segmento está aproveitando esse potencial: o setor têxtil. Estimuladas pelo Sebrae no Rio Grande do Norte, 16 oficinas de costura que participam do projeto de apoio a essas unidades já adotaram a matriz energética fotovoltaica e os empreendedores garantem que a mudança traz economia e aumenta a competitividade e capacidade de reinvestimento do negócio. Atualmente, estado conta com 124 unidades de confecções que produzem peças sob demanda para grandes empresas do setor têxtil, principalmente Hering e Guararapes.

Os empresários que adotaram o sistema fotovoltaico em substituição a energia elétrica fornecida pela companhia energética não se arrependem. “Até agora o resultado tem sido excelente. Estou economizando 200%”, entusiasma-se Joselito Santos, proprietário da JS Silva Confecções, uma oficina que funciona há mais de cinco anos na cidade de Parelhas (distante 246 quilômetros de Natal), na região do Seridó, uma das mais áridas do estado. A conta de energia da empresa estava entre os principais custos e pesava nos cálculos mensais da oficina. Por isso, há pouco mais de um ano, o empresário decidiu apostar na energia solar.

“Havia meses em que a conta de energia da empresa chegava a até R$ 1,4 mil dependendo da bandeira. Financiamos a implantação dos painéis e ainda assim reduzi muito a conta. Estou pagando parcelas de R$ 490 por mês durante três, mas tenho sobra de energia”. Com essa economia, Joselito Santos consegue reunir recursos para reinvestir no negócio. “Estamos planejando ampliação e melhorias no prédio só com essa sobra”.

De acordo com a gestora do projeto de apoio às oficinas de costura do Sebrae, Verônica Melo, a implementação de tecnologias que minimizem os custos fabris, desde que não afetem negativamente a eficiência do processo produtivo, é extremamente necessária para o setor de confecções devido à elevada competitividade existente. “Devido ao grande potencial do nosso estado, a adoção de energia solar se apresenta tanto técnica quanto economicamente atrativa para os pequenos negócios de setor. Essa substituição possibilita, em alguns casos, a gerar uma diminuição de 90% do valor do custo de energia elétrica numa oficina de costura”, assegura a gestora.

Potência excedente

O empresário Felippe Oliveira percebeu os benefícios que traria a substituição da matriz elétrica não apenas no negócio, mas também na residência. Ele é sócio de uma oficina de costura no município de Brejinho, que fica a 48 quilômetros da capital, que gera um consumo mensal médio de 1000 KW. Depois de sete anos, o empreendedor viu que poderia economizar e, em junho do ano passado, implantou os painéis fotovoltaicos na empresa, que hoje geram uma potência de 1,4 mil KW por mês, um excedente de 400 KW, que são utilizados nas residências dos dois sócios.

Isso representou a substituição do um custo total com energia elétrica nos três imóveis no valor de R$ 1 mil pela parcela do financiamento de R$ 800. “Com o tempo, o financiamento vai acabar e não terei mais essa conta nem dependendo das operações da empresa a variações das tarifas de energia elétrica”, argumenta Felippe Oliveira.

Já pelos cálculos do empresário Allan Roque de Medeiros, em um ano e oito meses, economizou R$ 16 mil, adotando o sistema solar fotovoltaico. O negócio, a AS Confecções, depende de oferta de energia para garantir a fabricação de 9 mil peças a cada mês para cumprir às demandas do Grupo Guararapes, do qual é fornecedor. Situada em Parelhas, a empresa consome algo próximo a 900 KW por mês e ao adotar o sistema de energia limpa a conta, a priori, não chegou diminui. Ele tinha uma despesa de R$ 900 com a conta de luz e hoje paga o mesmo valor pelo financiamento. Em contrapartida, com o sistema solar, ele tem uma geração excedente de 200 KW.

“Esse excedente vai atender à minha demanda de expansão. Estou em processo ampliação, inclusive com a recente contratação de outros 25 funcionários, devo dobrar a minha capacidade de produção e isso requer energia. Já penso em fazer um novo projeto sistema fotovoltaico para atender a essa necessidade”, explica Allan Medeiros.

Integradoras reunidas

 

Consumidores domésticos e empresários de demais setores podem saber mais sobre essa tecnologia no Encontro de Negócios do Setor Fotovoltaico, que o Sebrae promove na próxima segunda-feira (23), na sede da instituição. Para participar do encontro, basta se inscrever no site http://forumenergias.com.br/ e levar uma conta de luz. O evento vai reunir em um mesmo ambiente os agentes financeiros com linhas de crédito voltadas para essa matriz, avaliadores de viabilidade de projetos de instalação e as empresas integradoras – aquelas que fazem a instalação e manutenção dos painéis fotovoltaico – para retirar todas as dúvidas de quem pretender adotar esse sistema.

Além de bancos e técnicos do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), o encontro vai reunir as empresas integradoras (Fidias Engenharia, Yellowgreen Engenharia, M&R Engenharia, Ashton Comércio e Serviços, R. P. Engenharia, SMART - Energias Renováveis, Megga Solar, Gouveia Engenharia, Fhoton, H&B Soluções (Mossoró), Servindu (Mossoró), Gerar, Solist, W.T, IT Solar, Brasolar, New Energy, Natal Sol Energy, Jopavi e Hometec Soluções Inteligentes – que vão apresentar equipamentos e os custos para instalações das células fotovoltaicas. Trata-se de uma oportunidade para conversar abertamente sobre a viabilidade da adoção desse tipo de energia e tirar dúvidas sobre custos e financiamentos.

Agência Sebrae