'Destruí tudo em um dia': o volante impedido de jogar futebol por trapaça

20 de Outubro 2023 - 13h15
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Gabriel Tota, ex-Juventude, tem uma nova rotina desde junho deste ano. Toda sexta ele pega a estrada de Santa Fé do Sul (SP) rumo a Minas Gerais, onde disputa campeonatos de várzea que pagam cerca de R$ 500 por partida.

Bom batedor de falta, o meio-campista é destaque dos torneios amadores. Mas está proibido de entrar em campo como profissional, aqui e em qualquer lugar do mundo. Pelo menos até 2025.

Aos 21 anos, Tota foi um dos eliminados do esporte pela CBF e pela Fifa no escândalo de manipulação de resultados que balançou o futebol brasileiro.

Ele diz que recebeu no ano passado mensagens de um empresário ligado ao esquema de apostas esportivas. O jogador já o conhecia por ter comprado dele um par de tênis pela internet.

Como não estava jogando como titular, o volante foi convencido a aliciar colegas de clube para tomar cartão amarelo em jogos do Campeonato Brasileiro de 2022 em troca de dinheiro. A investigação identificou depósitos de até R$ 70 mil nas contas de Tota, que se diz arrependido.

Os golpistas apostavam em quais jogadores tomariam cartões em jogos das séries A e B do Brasil e, com a participação dos próprios atletas, conseguiam altos lucros.

No momento, eu não pensei em consequência, na gravidade que eu estava causando na minha vida. Depois, acordei para a vida e olhei o erro que fiz.
Gabriel Tota, que voltou a viver com a mãe e o irmão

Longe dos holofotes, ele passa os dias varrendo o quintal de casa e lavando a louça. Também tira fotos de joias que compra de um fornecedor para revendê-las na internet e complementar a renda familiar.

O lazer se resume a peladas nos campos de Santa Fé do Sul, cidade onde cresceu, com os amigos que não se afastaram após a condenação.

Com informações do Splash - UOL