Com nove atacantes, seleção tem pior ataque em 48 anos na 1ª fase da Copa

03 de Dezembro 2022 - 04h19
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A seleção brasileira avançou ao mata-mata da Copa do Mundo mantendo uma tradição que marca o trabalho de Tite: ter uma defesa extremamente sólida. A questão que preocupa a comissão, no entanto, é que o ataque não funcionou nada bem nesses três primeiros jogos da competição. Entre os times que avançaram às oitavas, o Brasil é o terceiro que menos marcou ao lado da zebra Austrália, com apenas três gols, e à frente apenas de Estados Unidos e Polônia, que têm dois cada.

Na história dos Mundiais, esse é o pior desempenho brasileiro desde pelo menos 1974, quando a seleção fez três gols. Isso vem justamente quando o que mais chamou a atenção da torcida foi o alto número de opções de atacantes que são destaque nas principais ligas da Europa.

Há os que contestam o trabalho de Tite que dirão que essa é uma marca do técnico. Mas na verdade não é bem isso. Durante o ciclo de quatro anos para chegar até o Qatar, o Brasil disputou 50 jogos com média de mais dois gols marcados em cada partida: são 111 no total. Por exemplo: a Amarelinha foi, de longe o ataque mais poderoso nas Eliminatórias, com 40 tentos, com 13 a mais que a Argentina.
Nesta Copa, uma coisa explica esse número baixo: falta de efetividade. As estatísticas da Fifa mostram que o Brasil finalizou em 52 ocasiões na fase de grupos, mas em apenas 21 delas no alvo do adversário. Ou seja, em média, são 17 chances criadas, com apenas sete delas dando trabalho ao goleiro. Até times que foram eliminados marcaram mais gols do que o Brasil: a Alemanha fez seis, Gana e Sérvia fizeram cinco, e Equador, Irã e Camarões fizeram quatro.

"A nossa efetividade não aconteceu e o jogo fica perigoso", explicou Tite logo após a derrota por 1 a 0 contra Camarões. "Tivemos criatividade, mas não efetividade na última parte do gramado. Apesar da iniciativa, da vontade, do afã de fazer, o certo não aconteceu. O futebol é assim, a Copa é assim: você não cria pontuação alta, não é basquete. O futebol te dá a chance de ser efetivo e sair vencedor. Precisamos da efetividade em transformar as chances em gol", completou.

Ao menos na parte defensiva, Tite pode comemorar o fato de ter sofrido apenas um gol, mas esse feito não é exclusividade da seleção brasileira. Holanda, Estados Unidos, Marrocos e Croácia também foram vazados apenas uma vez. A diferença entre eles é que, até o jogo da terceira rodada, o goleiro brasileiro não havia nem feito uma defesa. A primeira vez que isso aconteceu foi diante de Camarões, quando Ederson defendeu uma cabeçada.

O Brasil agora enfrenta a Coreia do Sul na próxima segunda-feira, às 16h (de Brasília). A equipe asiática tem problemas para se defender, com quatro gols sofridos nos três jogos, mas fez sua torcida gritar gol as mesmas quatro vezes.

Com informações do UOL