Com aval de Maia e Ciro, DEM e PDT firmam alianças e miram hegemonia do PT no NE

17 de Janeiro 2020 - 06h54
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Conhecidos por estarem em lados opostos do espectro ideológico, PDT e DEM selaram alianças para as eleições municipais em pelo menos três capitais no Nordeste, região que é o principal reduto eleitoral do PT no país.

A articulação é comandada pelos diretórios nacionais dos partidos e possui o aval do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), presidenciável derrotado na eleição de 2018.

A estratégia de apoio mútuo tem como objetivo forçar um redesenho da divisão de forças políticas da região a partir das capitais e grandes cidades. As parcerias não ficarão restritas ao Nordeste, mas é onde houve mais avanços até o momento.

“É uma parceria que pode dar frutos. A eleição municipal será uma boa preliminar para sabermos qual será o ambiente para 2022”, afirma o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Ele confirma a estratégia de ganhar terreno na região onde o PT comanda os governos da BahiaCeará, Piauí e Rio Grande do Norte: “Estamos cutucando a onça [o PT]”.

Já formam firmadas alianças entre PDT e DEM em Fortaleza, Salvador e São Luís. Há a expectativa de que as parcerias possam se estender para outras capitais da região como João Pessoa, Aracaju e Natal.

 

Nestas três últimas, o PDT iniciou uma ofensiva para atrair para seus quadros dois prefeitos que vão disputar a reeleição e um governador.

O acordo mais próximo de ser concretizado é em Aracaju, onde o prefeito Evaldo Nogueira deixou o 
PC do B após 39 anos e já está apalavrado com o PDT para disputar a reeleição.

A mudança deve alterar o cenário eleitoral da capital sergipana de forma profunda. O PT, que apoiava Nogueira, rompeu com o prefeito e lançou a pré-candidatura do ex-deputado federal Márcio Macêdo.

Ao mesmo tempo, Nogueira se aproximou de partidos como PSC e DEM —neste último, foi buscar o vereador que nomeou como líder do governo na Câmara Municipal ainda no ano passado.

A segunda cartada dos pedetistas será atrair para seus quadros o governador da Paraíba João Azevêdo, que rompeu com o seu padrinho político, o ex-governador Ricardo Coutinho, e pediu desfiliação do PSB em dezembro.

Folha de S. Paulo

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