Centrão adia votações, faz novas exigências no Orçamento e ameaça o PAC

09 de Agosto 2023 - 03h10
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O centrão decidiu esticar a corda contra o governo enquanto não forem atendidas suas reivindicações na reforma ministerial, assim como suas novas exigências de verbas para os partidos políticos.

A ideia é acirrar a queda de braço contra o Palácio do Planalto principalmente em duas frentes: na tramitação do chamado arcabouço fiscal e na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que balizará o Orçamento da União do ano que vem.

De saída, os partidos do centrão decidiram adiar a votação do projeto de arcabouço fiscal, que o governo esperava ser marcada durante a reunião de líderes com o presidente da Câmara, nesta terça-feira, 8.

Na reunião, capitaneados pelo centrão, os líderes marcaram para a semana que vem uma nova reunião com técnicos da Câmara para estudar as modificações feitas pelo Senado no texto que havia sido aprovado pela Câmara.

Sem o arcabouço fiscal, o governo não tem como definir o balizamento oferecido pela LDO ao Orçamento do ano que vem.

Com isso, o centrão ganhou tempo para negociar o atendimento às reivindicações por mais cargos na reforma ministerial e mais verbas para os partidos políticos nas eleições do ano que vem.

O problema é que o governo havia marcado para a próxima sexta-feira um grande evento de anúncio do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que necessita de pelo menos R$ 30 bilhões a serem liberados com a aprovação do arcabouço.

O centrão considera que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está adiando propositadamente a decisão sobre os cargos a serem concedidos ao PP, ao Progressistas, ao PL e ao Podemos na reforma ministerial.

Enquanto o pacote não for fechado, os aliados avaliam que não devem dar por encerrada a votação de projetos de interesse do governo, especialmente a LDO.

Além disso, surgiu uma nova reivindicação dos partidos aliados: o aumento da verba do fundo eleitoral para as eleições municipais de 2024.

O projeto do governo para a LDO prevê que sejam gastos R$ 5 bilhões, conforme defende a equipe econômica. Os partidos da base aliada querem aumentar esse valor para cerca de R$ 5,7 bilhões.

As novas pressões sobre o governo pegaram de surpresa os articuladores políticos do Palácio do Planalto. A ideia é esperar a volta do presidente Lula da reunião da Cúpula da Amazônia para que ele negocie pessoalmente com o centrão.

Com informações do UOL