
Entre os 10 maiores devedores de IPVA no estado de São Paulo, quatro são donos de Ferrari e cinco de Lamborghini. Dinheiro parece não ser o problema para quem é dono destes supercarros de luxo, então por que tais proprietários acumulam dívidas devido ao não pagamento do IPVA?
Alto custo do imposto, 4% do valor da Tabela Fipe, faz com que muitos proprietários de supercarros deixem os débitos em aberto. Preferem investir o valor que seria gasto com impostos e abater a dívida no momento em que o veículo for vendido. Também vale salientar que, segundo a lei, dívidas de IPVA prescrevem após cinco anos.
"Ainda mais com a Selic batendo nos 13%", opina o especialista em finanças pessoais Bruno Rodrigues. "Dependendo do quanto ele tem investido, somando o que não pago ao Estado, só o rendimento de uma aplicação pagaria esse valor num ato de venda", explica.
Em compensação, valores em aberto impedem o veículo de ser licenciado e o mesmo pode ser retido caso seja parado em uma blitz, além de multa de R$ 293,47 e sete pontos na carteira de habilitação. Devido à inadimplência, devedores também são incluídos no Cadin Estadual (Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais). A maioria dos carros, porém, está em nome de pessoas jurídicas e não físicas.
Segundo Paulo Korn, que trabalha assessorando clientes na compra de carros premium, o calote não é regra no segmento. É praxe, na hora da venda, consultar os débitos e descontar o valor devido como impostos e multas.
Segundo Korn, proprietários de superesportivos reclamam do estado das vias, que têm piorado nos últimos anos. Proprietários também relatam falta de peças, estrutura para importação e escassez de mão de obra especializada na manutenção.
Com informações de UOL