
O presidente Jair Bolsonaro sinalizou, na noite desta quinta-feira, que sancionará o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões proposto no Orçamento de 2020, alegando que, caso contrário, ele poderia ser enquadrado em crime de responsabilidade e sofrer um processo de impeachment. Pela manhã, o presidente havia dito que a tendência era vetar o valor.
Em transmissão ao vivo em uma rede social, Bolsonaro justificou que o artigo 85 da Constituição cita que são crimes de responsabilidade os atos do presidente da República que atentem contra a Constituição Federal, em especial contra o exercício de direitos políticos, individuais e sociais.
- O Congresso pode entender que eu, ao vetar (o fundo), atentei contra este dispositivo constitucional e instalar um processo de impeachment contra mim. E daí? - disse o presidente.
Bolsonaro disse que se trata de "assunto extremamente delicado" e relatou que vem sendo pressionado a vetar. O presidente reafirmou que pessoalmente é contra o valor e "que não tem que ter dinheiro do fundo eleitoral para ninguém". Segundo ele, o recurso atrapalha "a renovação política. " Apesar disso, disse que a tendência é sancionar:
- Eu estou aguardando um parecer jurídico final, mas o preliminar é que eu tenho que sancionar. Deu para entender? Vocês querem que eu corra o risco do impeachment, tudo bem. A gente corre o risco de impeachment e veta - disse.
Durante a live, Bolsonaro criticou o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que teria afirmado que o próprio presidente propôs os R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral no Orçamento. Em outro ataque a uma parlamentar, presidente disse que foi criticado "por uma gordinha de São Paulo", mas não citou nome.
O Globo