Bolsonaro abre mão de depor no inquérito sobre suposta interferência na PF

26 de Novembro 2020 - 14h21
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O presidente Jair Bolsonaro abriu mão de prestar depoimento no inquérito que investiga se ele tentou interferir na autonomia da Polícia Federal. A decisão foi informada pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (26).

Devido à indefinição sobre o depoimento de Bolsonaro, o inquérito está paralisado desde 17 de setembro, quando o ministro Marco Aurélio Mello decidiu que caberia ao plenário do STF decidir se o presidente poderia enviar depoimento por escrito, como solicitava o governo, ou se teria que ser presencial. Até o momento, a questão não foi resolvida pela corte. Com a informação de que Bolsonaro abriu mão de depor, a tramitação do inquérito pode ser retomada.

No documento enviado ao Supremo, AGU afirma que "roga pronto encaminhamento dos autos à Polícia Federal para elaboração de relatório final a ser submetido, ato contínuo, ainda dentro da prorrogação em curso, ao Ministério Público Federal”. O pedido será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, que, desde outubro, é relator do caso.  A oitiva do presidente tida como uma das últimas medidas que as investigações sejam finalizadas.

Na condição de investigado, Bolsonaro tem a prerrogativa de permanecer em silêncio caso haja depoimento. Mesmo que a Polícia Federal marque uma data, ele pode faltar sem sofrer punição. 

O inquérito teve abertura autorizada no fim de abril, tendo como base a denúncia feita pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que se demitiu alegando suposta tentativa de Bolsonaro de interferir na Polícia Federal com o intuito de proteger familiares e aliados.

Fonte: G1