AVC exige atendimento imediato; saiba como reconhecer os sinais

13 de julho 2023 - 03h39
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O AVC (acidente vascular cerebral) é um evento de saúde grave que, de acordo com dados do portal de Transparência do Registro Civil, mantido pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, matou 87.518 brasileiros, de 1º de janeiro até 13 de outubro de 2022. 

"A prevalência do AVC é grande no Brasil e é importante que a população saiba reconhecer os sinais de um. 'Tempo é cérebro' é o lema, e, quanto mais tempo leva para desobstruir aquele vaso ou voltar o fluxo sanguíneo no cérebro desse paciente, mais problemas podem aparecer", esclarece o neurologista Diogo Haddad, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. 

Os AVCs podem ser divididos em dois tipos: isquêmico e hemorrágico. 

De acordo com o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento, o AVC isquêmico é o mais comum, correspondendo a cerca de 80% dos casos. Esse tipo ocorre quando uma das artérias cerebrais é bloqueada, geralmente por um coágulo sanguíneo, impedindo o fornecimento de sangue e oxigênio ao cérebro.

O neurocirurgião Caio Nuto, diretor da SBN (Sociedade Brasileirra de Neurocirurgia), afirma que os sintomas do AVC isquêmico incluem fraqueza ou dormência em um lado do corpo, dificuldade na fala, confusão, problemas de visão e dificuldade para caminhar.

Os sintomas geralmente se desenvolvem rapidamente e podem progredir ao longo de minutos a horas.

Já o AVC hemorrágico corresponde aos outros 20% e acontece por sangramentos no cérebro ou ao redor dele, devido ao rompimento de um vaso sanguíneo, interferindo na irrigação do órgão.

Nuto afirma que, nesses casos, os sintomas mais frequentes incluem uma súbita dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, rigidez do pescoço, convulsões e perda de consciência. 

Em ambos os casos, o diretor da SBN diz que os sintomas mais comuns são:

• fraqueza súbita ou dormência no rosto, braço ou perna, geralmente em um lado do corpo;
• dificuldade repentina de falar ou compreender a fala;
• confusão mental repentina ou dificuldade de entender as coisas;
• alterações súbitas na visão, como visão turva, perda de visão em um ou ambos os olhos ou visão dupla;
• tontura ou perda de equilíbrio, coordenação ou dificuldade para andar; e
• dor de cabeça súbita e intensa, muitas vezes sem causa aparente.

Em todos os casos, os médicos alegam que o quadro é uma urgência médica e, ao menor sinal que possa trazer suspeita, é imprescindível que essa pessoa seja encaminhada ao pronto-atendimento hospitalar.

Haddad diz que não é possível diferenciar os sinais de AVC de outros problemas, o que exige uma avaliação médica para tal. Entre os procedimentos realizados para identificar o quadro, estão a avaliação clínica, na qual o paciente detalha os sintomas e são verificadas a pressão arterial e são feitos testes para verificar a função cerebral.

Depois, o paciente é submetido a exames de imagem, como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética, permitindo identificar lesões no cérebro, isquemias ou hemorragias.

O tratamento para o AVC dependerá do tipo da ocorrência e da gravidade dos sintomas.

Para o AVC isquêmico, existem duas possibilidades: a terapia trombolítica, em que são administrados medicamentos para dissolver o coágulo e restaurar o fluxo sanguíneo, em até quatro horas e meia após o início dos sintomas.

Em quadros que o coágulo não pode ser dissolvido, são realizadas trombectomias mecânicas, procedimento em que catéteres retiram o coágulo para que o sangue possa voltar a passar.

Já para o AVC hemorrágico, são realizadas cirurgias para conter o sangramento, bem como o monitoramento e o controle de pressão arterial. 

Para evitar o acontecimento dos famosos derrames, os médicos orientam controlar os fatores de risco.

Assim, é recomendado manter o controle de hipertensão arterial e diabetes, manter níveis adequados de colesterol, limitar o consumo de bebidas alcoólicas, parar de fumar, adotar uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos e manter o peso adequado. 

Com informações de R7