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O auxílio emergencial concedido devido à pandemia do novo coronavírus impactou as vendas de carros, motos e caminhões. De acordo com dados das entidades que representam montadoras e distribuidores de automóveis, os emplacamentos em estados do Norte e Nordeste, onde há alto número de beneficiários, tiveram retomada mais robusta e menor queda em comparação ao ano passado do que o Sul e Sudeste.
No estado do Pará, em que o auxílio foi recebido em 64,5% das residências em agosto, de acordo com o IBGE, as vendas de veículos leves tiveram alta de 33,8% na comparação entre novembro de 2020 e de 2019. No acumulado de 2020, há queda de 8% em relação a igual período de 2019.
No país, os emplacamentos tiveram queda de 7,2% na comparação entre o novembro e igual período de 2019. No acumulado do ano, a retração é de 28,7%, de acordo com a entidade que representa os revendedores, Fenabrave.
No Maranhão, estado do Nordeste com o percentual mais altos de famílias que receberam o auxílio emergencial em agosto — 65,5% dos domicílios cadastrados — e segundo no Brasil, o aumento nas vendas entre novembro de 2019 e de 2020 é de 31%, com retração no acumulado do ano em 11,3% .
Amapá, estado com maior percentual de residências cadastradas no programa (71,4%), teve registrada queda de 1,9% nos emplacamentos na comparação entre os meses de novembro. Porém, o estado é também o que tem a menor perda acumulada do ano: queda de 6% em comparação primeiros 11 meses do ano passado.
Com um carro zero-quilômetro custando cerca de R$ 40 mil, um beneficiário do auxílio dificilmente conseguiria comprar um veículo novo. Porém, o dinheiro do programa movimenta o comércio e leva pequenos empresários a trocarem seus veículos de trabalho ou passeio.
O sócio da consultoria Bright, Cassio Pagliarini, diz que são os proprietários de mercados, farmácias e lojas de material de construção, entre outros estabelecimentos, que têm comprado carros no Norte e Nordeste.
O presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes, afirma que o crescimento nas vendas de veículos comerciais nessas regiões se concentra nos modelos de porte menor. As vendas da empresa acumulam aumento de 10,4% no Norte, tendo maior demanda pelo caminhão compacto Delivery.
No ramo das motocicletas, o auxílio tem um impacto mais rápido. Em abril e maio, o Nordeste foi a região que teve maior número de venda de motocicletas no país. No primeiro trimestre de 2020 e em todo o ano de 2019, oposto foi do Sul ou do Sudeste.
Porém, de acordo com o presidente da associação das fabricantes de motos (Abraciclo), Marcos Fermanian, não se pode avaliar mais precisamente o impacto direto do pagamento do auxílio emergencial nessas vendas.
Fonte: Folha de São Paulo
