A marra de PC Caju e o puxão de orelhas de Renato Gaúcho

11 de Dezembro 2019 - 07h34
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A marra sempre foi ingrediente presente no futebol. O jogador compõe desde equipes da elite do futebol mundial ao mais paupérrimo campeonato de bairros.

Paulo Cesar Caju é um desses jogadores. Tem diversas histórias em face de seu comportamento. É bem verdade que foi um craque nas quatro linhas. Esteve nas Copas do Mundo de 1970 e 74 e bem poderia ter ido a de 1978. Coutinho não quis.

Foi contratado pelo Grêmio para jogar a final do Campeonato Mundial de Clubes, em 1983. Conhecia bem o Olímpico. Havia ajudado o clube na conquista do Gauchão, em 1979. A torcida não levou fé. Já beirando o fim de carreira, com passagem pelo futebol francês e por ser o mais premiado integrante da delegação do tricolor gaúcho naquele mundial, eram a ele destinadas as perguntas nas entrevistas coletivas. A imprensa europeia não conhecia o time do Grêmio. Não sabia que a verdadeira estrela era outra, um genuíno gaúcho que atendia pelo nome de Renato e também sabia ser marrento quando queria.

Já em Tóquio, no último recreativo antes da partida final, numa pelada em que seu time estava perdendo de goleada, PC Caju põe a mão nas cadeiras, abandona o campo e senta ao pé da trave para descansar. Renato percebe, pega a bola com a mão e se dirige ao colega com o dedo em riste, dizendo:

- “Olha aqui, deixa eu falar uma coisa para você. Você está chegando agora, eu respeito você como homem e jogador, mas se amanhã você não correr, em cinco minutos eu te meto uma porrada no meio da cara e no vestiário eu te mato. Porque amanhã é decisão, eu sou gremista e o Grêmio precisa ser campeão”.

PC levantou-se e foi para o vestiário, cabisbaixo. No dia seguinte, os alemães que não conheciam o time brasileiro, concentraram sua marcação em cima de Paulo Cesar e deixaram o toque e a habilidade de Mario Sérgio jogar com a saúde, juventude e disposição de ganhar de Renato. Coincidência ou acaso, foi de PC Caju o passe para o mano-a-mano do ponta-direita com o lateral alemão Schroeder, no primeiro gol.

Hoje faz 36 anos da heróica conquista.

Créditos de Imagens e Informações para criação do texto: “Anjo ou Demônio. A polêmica trajetória de Renato Gaúcho (Marcos Eduardo Neves).