
Heloysa Mendes Lobo e Gabriel Antônio Cristino de Andrade foram condenados a 21 anos de prisão em regime fechado por comandarem um esquema de tráfico de drogas disfarçado de marca de “produtos naturais”. O carro-chefe da operação era um lubrificante com alto teor de THC, vendido com a promessa de proporcionar orgasmos múltiplos, torpor e até sensação de “nirvana”.
A dupla foi alvo da Operação Aruanda, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que desmantelou uma sofisticada rede de produção e distribuição de cosméticos e comestíveis à base de Cannabis — inclusive com cogumelos alucinógenos. A empresa de fachada, “Aruanda Natural”, vendia óleos, protetores labiais e outros derivados por redes sociais e até por WhatsApp, com uso de prescrições médicas falsas.
A polícia revelou que o casal fazia postagens nas redes sociais mostrando o cultivo de maconha em larga escala, e usava os próprios perfis para divulgar a produção dos derivados. Na residência deles, em Pirenópolis (GO), foram encontrados cerca de 70 pés de maconha e uma grande quantidade de produtos prontos para venda.
O esquema chegou a movimentar uma tonelada de produtos e mais de 3.500 remessas postadas. Mesmo após proibição da Anvisa e alertas sobre riscos à vida, os réus seguiram com as vendas. A investigação também condenou Maria Eduarda André de Almeida, parceira no esquema, a 1 ano e 8 meses de reclusão — com pena reduzida por ser ré primária.
As condenações podem aumentar, já que o casal ainda responde por outras acusações em separado.