Presos da Operação Lava Jato recorreram a médium e pagaram 'benfeitorias'

01 de Dezembro 2019 - 10h20
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No segundo semestre de 2015, a advogada Isabel Kugler, presidente do Conselho da Comunidade do Complexo Médico Penal (CMP) de Curitiba, estava preocupada com a saúde espiritual do ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, preso pela Operação Lava Jato desde novembro do ano anterior.

Para ajudar o empresário, Isabel recorreu à ajuda de um antigo colaborador de outros presídios do Paraná: o líder espiritual Frei Bonifácio. Ele, na verdade, era o sírio Nassib Abdo Abage Filho, dono de um tradicional antiquário em Curitiba, sede da operação, que havia feito fama na cidade com seus atendimentos mediúnicos.

"O ex-diretor da Petrobrás, que chegou à cadeia dizendo que não ficaria muito tempo ali, já tinha percebido que não sairia tão cedo e foi tomado por profundo abatimento. A melancolia do burocrata preocupou a advogada, que temia que ele desse cabo da própria vida. A dra. Isabel avaliou que estava fora do mundo terreno a ajuda a Duque", relata o jornalista Wálter Nunes no livro A Elite Na Cadeia, O Dia a Dia dos Presos da Lava Jato, lançado na semana passada pela editora Objetiva.

Fonte: Estadão