Padre Fábio de Melo é denunciado ao Vaticano: o que acontece agora?

18 de Junho 2025 - 15h56
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O padre Fábio de Melo foi alvo de uma denúncia formal à Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano, após expor publicamente Jair José Aguiar da Rosa, ex-gerente de uma unidade da cafeteria Havanna em Joinville (SC), que acabou demitido. A queixa foi registrada por um bispo de Santa Catarina e aponta que o sacerdote não teria tido uma "atitude cristã" diante do episódio.

Segundo as normas administrativas da Igreja Católica, condutas de clérigos que não envolvem crimes canônicos graves (como abuso sexual ou heresia) são analisadas inicialmente em uma triagem interna. Caso não haja indícios de infração mais séria, o procedimento tende a seguir um rito simplificado.

Nessas situações, é comum que a Congregação apenas registre o caso e o encaminhe ao bispo responsável pelo sacerdote envolvido. Este pode decidir por uma advertência privada ou uma conversa pastoral. O episódio passa a constar no histórico disciplinar do padre, sem implicar, necessariamente, em punição imediata.

O que aconteceu

O episódio que gerou a denúncia ocorreu durante uma visita do religioso a Joinville. Em suas redes sociais, Fábio de Melo relatou ter sido mal atendido na cafeteria após questionar o valor de um produto que estaria divergente do anunciado. Ele mencionou o gerente em tom crítico, o que repercutiu amplamente.

Pouco depois, a Havanna comunicou a demissão do funcionário citado. Jair José, no entanto, contestou a versão e afirmou ao portal Metrópoles que não teve qualquer contato direto com o padre — o que, segundo ele, poderia ser comprovado por imagens das câmeras de segurança. O ex-funcionário disse ainda que soube da demissão pela imprensa e relatou que teve a vida pessoal e profissional abalada pela repercussão.

“Até sábado eu era um simples trabalhador, agora sou notícia no país todo”, declarou.

E agora?

Na prática, especialistas em direito canônico avaliam que, por não se tratar de crime grave, a denúncia tende a ser arquivada após análise preliminar. Apenas se houver reincidência ou novos registros similares, a Igreja poderá avaliar medidas mais rígidas. O caso, porém, fica registrado no histórico disciplinar do padre, como um alerta.