
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, nesta quarta-feira (18/6), a prisão do ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o coronel do Exército Marcelo Câmara. O motivo apontado pelo ministro foi obstrução da Justiça. Câmara é um dos réus por ter atuado na suposta trama golpista que visava a manutenção de Bolsonaro no poder mesmo após as eleições de 2022. A informação é do Metrópoles.
Segundo o STF, ele já está sob custódia da Polícia Federal (PF). Na decisão, Moraes sustenta que Câmara descumpriu medidas cautelares. As restrições foram impostas no inquérito que apura a atuação de uma organização criminosa na suposta trama golpista. O ministro do STF também acentua a conduta da Câmara diante das determinações legais que, conforme Moraes, demonstram “completo desprezo” pelo STF e pelo Poder Judiciário.
Câmara foi preso em 16 de janeiro de 2024, mas Moraes mandou soltá-lo em 16 de maio de 2024. Quando concedeu liberdade ao ex-assessor de Bolsonaro, Moraes impôs restrições como o uso de redes sociais para comunicação, ainda que por meio de terceiros:
-“Proibição de utilização de redes sociais próprias ou por terceira pessoa”.
-“Proibição de comunicar-se com os demais investigados da presente PET, por qualquer meio, inclusive, por intermédio de terceiros”.
Só que a própria defesa de Câmara divulgou áudios de uma conversa entre o advogado Eduardo Kuntz, defensor de Câmara, e o tenente-coronel Mauro Cid, delator da suposta trama golpista, por meio de um perfil do Instagram. Esse contato foi, inclusive, prestado pela defesa de Câmara junto ao STF. Foi esta conversa entre o advogado de Câmara e Cid que configurou a obstrução da Justiça. Conforme Knutz, o perfil @gabrielar702 teria sido utilizado por Cid para a troca de mensagens entre os dois.
Na troca de mensagens divulgada à época, Cid disse reclama da situação após realizar a colaboração premiada com a Justiça sobre a trama golpista. “Pega a vida de todo mundo. Ver quem se fudeu, ver quem se ferrou, quem perdeu a carreira. Quem teve o pai, a esposa, a família toda investigada? Todo mundo foi investigado”, alegou. Nos áudios divulgados, Cid ainda faz referência à situação de Bolsonaro, que seria bem melhor que a dele. “Presidente ganhou milhões e chegou ao topo, tudo bem. Quem se fudeu e perdeu tudo? Fui eu”, desabafou Cid.
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