Mudanças no Bolsa Família podem ter impacto eleitoral, dizem especialistas

15 de Maio 2025 - 17h36
Créditos: Agência Brasil

O governo federal anunciou uma mudança nas regras de proteção do Bolsa Família que entra em vigor em junho e afeta famílias que passam a ter renda acima do limite para permanecer no programa. O benefício continuará a ser pago por um período de transição, mas o prazo foi reduzido de 24 para 12 meses, e o valor pago na transição será de 50% do benefício original.

Para especialistas, essa mudança não deve beneficiar eleitoralmente o governo Lula nas eleições de 2026, e pode até ser explorada pela oposição.

Eduardo Grin, cientista político, afirma que a medida reduz o alcance da proteção e pode ser vista como retirada de direitos, principalmente fora do Nordeste, onde Lula tem maior base eleitoral.

Leandro Consentino, professor do Insper, avalia que cortar direitos adquiridos é uma medida arriscada que pode causar desgaste político, apesar da necessidade fiscal e da possível ampliação futura do benefício.

O que muda?

O limite de renda para continuar na regra de proteção cai de R$ 759 para R$ 706 por pessoa.

Famílias com renda per capita entre R$ 218 e R$ 706 continuarão recebendo 50% do benefício por 12 meses (antes eram 24 meses).

Quem já está na regra de transição não será afetado.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, o objetivo é evitar cancelamentos abruptos e garantir um processo gradual para famílias que estão saindo da pobreza.