Lula silencia e cancela participações em eventos após acusações contra filho e ministro

04 de Abril 2024 - 06h47
Créditos: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Passadas mais de 24 horas da acusação de violência doméstica feita pela ex-companheira do seu filho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não fez nenhum tipo de manifestação sobre o episódio.

O filho caçula do presidente Lula (PT), Luis Claudio Lula da Silva, 39, foi acusado de violência física, moral e psicológica. A defesa dele nega.

Auxiliares do presidente ouvidos pela coluna da jornalista Carla Araújo, de UOL, evitaram falar no tema e alguns pediram cautela no que classificaram como possível julgamento antecipado. Houve ainda quem disse que não tinha tido conhecimento da acusação.

A ex-mulher de Luis Claudio registrou um boletim de ocorrência ontem na Delegacia da Mulher em São Paulo. Hoje, o pedido de medida protetiva foi aceito pela Justiça de São Paulo. Os relatos da ex-companheira são de violência física, moral e psicológica.

No boletim de ocorrência, consta a informação de que Luis Claudio a teria manipulado para não prestar queixa. “Ser manipulada e ameaçada para não denunciar as agressões, sob a alegação de que o agressor é filho do presidente e que possui influência para se safar das acusações”, disse. “Meu pai vai me proteger e você vai sair perdendo, eu vou acabar com sua alma. Vou falar para todos que você é uma insana, ninguém irá acreditar em você”, teria dito o filho de Lula, segundo sua ex-companheira.

A defesa de Luis Claudio diz que as alegações são “inverídicas” e “fantasiosas”.

Além de adotar o silêncio, Lula cancelou sua participação em pelo menos dois eventos hoje. Apesar de o compromisso não constar na agenda oficial, Lula era aguardado no evento de aniversário da Polícia Federal, mas acabou não comparecendo.

Antes, ele já havia deixado de ir à cerimônia de assinatura de contratos de transmissão de energia, no Palácio do Planalto.

A assessoria do presidente afirmou que mudanças na sua agenda são rotineiras.

O evento no Planalto teve a participação de Rui Costa, ministro que hoje teve que responder ao presidente sobre uma investigação da Polícia Federal que encontrou indícios ligando o ministro a irregularidades em um contrato de R$ 48 milhões para a compra de respiradores durante a pandemia.

O ministro nega irregularidades.

Com informações de UOL