Irmã processa Thereza Collor em capítulo de 'guerra' por herança bilionária

22 de Janeiro 2024 - 13h37
Créditos: Arquivo Pessoal

A empresária alagoana Maria de Lourdes Lyra, conhecida como Lourdinha Lyra, entrou com uma queixa-crime contra a irmã Thereza Collor acusando-a de calúnia e difamação.

Como a empresária cita no texto da ação, trata-se de mais um capítulo da "guerra" que trava com os irmãos, herdeiros de João Lyra —ex-deputado federal mais rico do país— que morreu aos 90 anos, em consequência da covid-19 em agosto de 2021.

Lourdinha foi indicada como responsável pela administração do patrimônio de Lyra quando ele ainda era vivo e estava com a saúde debilitada. Na época, suas empresas ruíam em profunda crise econômica. A empresária tem cinco irmãos; quatro dizem ter perdido a confiança nela.

Após a morte do pai, ela foi designada como inventariante e ingressou como parte no processo da massa falida da Laginha Agro Industrial S/A, um conjunto de usinas em Alagoas e Minas Gerais. A falência deu início a uma saga judicial que chegou até ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) como o maior processo de falência do país.

A Laginha era a empresa mais valiosa do antigo grupo João Lyra —e, por anos, foi a marca do poder do empresário em Alagoas. Em 2017, estava avaliada em 1,9 bilhão (cerca de R$ 2,7 bilhões em valores atuais).

Hoje, parte da área em Alagoas está ocupada por sem-terra, que lutam pela desapropriação para reforma agrária.

Quatro irmãos contra Lourdinha
Desde que ingressaram no processo da Laginha, quatro irmãos já pediram na Justiça a retirada de Lourdinha da função de inventariante. Coube à Thereza Collor ir à imprensa fazer acusações.

Entrevistas desencadeiam queixa
A queixa-crime de Lourdinha contra a irmã veio após as acusações feitas por Thereza Collor em entrevistas concedidas às revistas Veja e IstoÉ. A informação da ação foi noticiada primeiramente pelo jornal Extra de Alagoas.

Em julho do ano passado, Thereza Collor afirmou à Veja que a gestão de Lourdinha não tinha preparo e estaria impondo "custos astronômicos" com contratos de processo de longa duração "na contramão do que deve ser a falência."

Thereza Collor voltou a acusar a irmã em nova entrevista, dessa vez à revista IstoÉ, em novembro do ano passado. Mais uma vez, afirmou que a gestão do inventário e de falência tem "parcerias suspeitas", além de dizer que Lourdinha age "com autoritarismo e sem transparência."

Uso da "figura pública de renome"
Para Lourdinha, a irmã tenta usar o fato de ser "figura pública de renome" e fazer "pressão popular" para tentar convencer o Judiciário a retirar a empresária do cargo.

Ela cita que as entrevistas foram concedidas estrategicamente antes dos atos processuais. "Ela moveu máquina midiática para conseguir gerir os bens da família.", acusa.

Na ação, Lourdinha pede que seja realizada uma audiência de conciliação. Caso não se chegue a um acordo, solicita que se dê prosseguimento à queixa-crime. Por envolver a área criminal, o MP-AL (Ministério Público de Alagoas) foi chamado para se manifestar.

Lourdinha informou por meio do advogado do caso que a família prefere se resguardar neste momento.

Também procurada, Thereza Collor não respondeu aos pedidos de entrevistas. Ao jornal Extra, porém, afirmou que a atitude da irmã "parece um desespero. "As pessoas sabem que não minto, que nunca roubei, trabalhei no Estado e saí de mãos limpas. Minha vida sempre foi pública e transparente", disse.

Com informações de UOL

Notícias relacionadas

Últimas notícias