
A família da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que morreu após cair em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, publicou nesta quarta-feira (25/6) mensagens de agradecimento aos voluntários envolvidos no resgate. Nas redes sociais, os parentes destacaram a coragem e a dedicação das equipes, em especial dos alpinistas Agam e Tyo, que passaram uma noite com o corpo de Juliana em um penhasco de quase 600 metros para evitar que ele caísse ainda mais.
Juliana caiu no sábado (21/6) e permaneceu no local até ser encontrada quatro dias depois. O governo brasileiro confirmou que não arcará com os custos do traslado, que devem ser pagos pela família. A operação de resgate mobilizou dezenas de voluntários e gerou comoção nas redes sociais.
A mensagem divulgada pela família na íntegra diz:
“Em nome da família de Juliana Marins, queremos expressar nossa mais sincera e profunda gratidão por toda a generosidade, coragem e apoio que demonstraram ao se juntarem à equipe de resgate no Monte Rinjani. Foi graças à dedicação e à experiência de vocês que a equipe pôde finalmente chegar até Juliana e nos permitir, ao menos, esse momento de despedida.
Somos profundamente gratos aos voluntários que, com coragem, se dispuseram a colaborar para que o processo de resgate de Juliana fosse agilizado. Estendemos a nossa gratidão não apenas a eles, mas a todos que, de alguma forma, contribuíram para viabilizar esse processo.
O apoio de cada um de vocês foi decisivo para que pudéssemos enfrentar esse momento com um pouco mais de paz no coração. Embora o desfecho tenha sido trágico, saber que Juliana não estava sozinha e que havia pessoas lutando para alcançá-la é algo que jamais esqueceremos. Obrigada por tudo.”
O alpinista Agam, um dos voluntários que participou da operação, relatou nas redes sociais os desafios enfrentados para retirar o corpo da jovem:
“Nós ficamos na beira do penhasco que tem 590 metros de altura com Juliana por uma noite, instalando âncoras para não deslizar mais 300 metros.”
Juliana, que fazia um mochilão pela Ásia, escorregou durante uma trilha no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok. Segundo relatos, ela estava com um grupo de turistas que contratou uma empresa local para o passeio. Após a queda, a jovem parou a cerca de 300 metros de distância do grupo e ficou presa em uma área de difícil acesso.
A repatriação do corpo exige uma série de trâmites burocráticos e altos custos. O Itamaraty, por meio do Ministério das Relações Exteriores, afirmou que o governo brasileiro não arcará com os gastos, pois esse tipo de despesa não tem amparo legal nem orçamentário, conforme estabelece o Decreto nº 9.199/2017. A família tenta agora reunir recursos para viabilizar o retorno de Juliana ao Brasil.