Câmera desmente PM e revela tiro que matou adolescente: sargento segue preso

01 de Junho 2025 - 07h25
Créditos: Arte/Metrópoles

As imagens da câmera corporal do sargento Thiago Guerra foram decisivas para sua prisão, horas após ele matar a adolescente Victória Manielly dos Santos, de 16 anos, na noite de 26 de janeiro, em Guaianases, zona leste de São Paulo. O vídeo, que mostra o momento do disparo e todo o desdobramento da abordagem, só foi oficialmente anexado ao processo do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) no último dia 28 de maio.

O sargento está preso preventivamente no Presídio Militar Romão Gomes. Ele também responde à Justiça Militar. Sua defesa não foi localizada, mas o espaço segue aberto.

Victória morreu após ser atingida por um tiro no lado direito do peito, disparado acidentalmente enquanto o PM usava a arma para dar uma coronhada no irmão da jovem, Kauê Alexandre, de 21 anos. O sargento alegou que os dois “estavam fugindo” e que Kauê teria dado um tapa em sua mão, provocando o disparo.

A versão foi desmentida pela bodycam, que confirmou o relato de Kauê: ele e a irmã apenas observavam uma perseguição policial, após seu expediente em uma adega próxima, quando foram abordados. Guerra agarrou Kauê pela gola e deu um golpe com a arma, que disparou e atingiu Victória.

O menor apreendido por roubo na ocorrência admitiu o crime e garantiu que Kauê e Victória não tinham envolvimento. Mesmo assim, o sargento tentou associá-los à ação criminosa.

A Polícia Civil teve acesso imediato às imagens da câmera, o que levou à prisão em flagrante do sargento. A Justiça converteu a detenção em preventiva. A defesa tentou reverter a decisão no STJ, mas não obteve sucesso.

A Secretaria da Segurança Pública informou que as investigações da Polícia Civil e da Corregedoria da PM foram concluídas e encaminhadas à Justiça, com as imagens registradas pela câmera do policial.