
Considerada a principal intervenção na Praia de Ponta Negra nas últimas três décadas, atrasar ainda mais a obra da engorda é mais danoso ao meio ambiente do que a execução da obra em si, na avaliação do secretário de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal, Thiago Mesquita. O alargamento da faixa de areia da praia foi a melhor alternativa apresentada em estudos ambientais contratados para conter a erosão costeira e danificações na rede de drenagem da praia. O titular da Semurb aponta possível “conveniência política” para que a obra ainda não tenha obtido a Licença de Instalação e Operação (LIO) para início das intervenções. Enquanto isso, a empresa que fará os serviços disse que a draga vai deixar o porto hoje em direção a oura outra cidade, uma vez que a licença ainda não foi expedida.
“Não posso afirmar uma questão política, mas uma conveniência política. O Idema é um órgão técnico e acredito na seriedade do órgão. Há um clima muito claro de que uma obra como essa, a maior obra de infraestrutura da história da orla do Estado, vai ter um impacto positivo para a gestão atual. Entendemos que essa dificuldade do Idema definir prazos ou de dar uma complexidade à execução da obra, isso aparenta mais um aspecto de conveniência do que de informação técnica. Eu diria que há uma conveniência política de que quanto mais adiar essa obra melhor para aqueles que não estão interessados no desenvolvimento do Estado”, disse Thiago Mesquita.
“Não realizar a obra da engorda de Ponta Negra é muito mais impactante ao meio ambiente do que realizar a obra em si. Essa obra é de impacto positivo. Vamos restaurar as condições originais da praia de Ponta Negra da década de 90 e do início dos anos 2000, trazendo aquela faixa de areia que a praia tinha. Enquanto as atividades antrópicas alteram as condições, muitas vezes até de forma irreversível, essa intervenção antrópica do homem é para restaurar as condições ambientais originais. Não realizar a obra, ou atrasar ou adiar o início, traz mais prejuízos do que realizar a obra”, declarou Thiago Mesquita.
O secretário disse ainda que os prejuízos com o atraso da obra vão desde o comprometimento da estabilidade da linha de costa, comprometimento dos sistemas de drenagem, estabilidade do calçadão e acelerar a erosão do Morro do Careca. “Há um prejuízo cênico, paisagístico e estrutural do maior cartão postal do RN e um dos maiores do Brasil”, aponta.
O temor da Prefeitura do Natal é de que a obra acabe ficando para 2025 caso a Licença de Instalação e Operação não seja emitida o quanto antes pelo Idema. A situação preocupa em razão dos impactos econômicos e ambientais que podem ser provocados. De acordo com Mesquita, um Estudo de Impacto Ambiental apresentado pelo município ao Idema apontou que o período ideal para a realização da obra é entre julho e o final de outubro, por conta de questões relacionadas ao meio ambiente.
Nesta sexta-feira (05), a Câmara Empresarial do Turismo da Fecomércio RN promove, no Hotel-Escola Senac Barreira Roxa, uma reunião extraordinária para discutir o licenciamento da engorda de Ponta Negra. O encontro reunirá os representantes das entidades que compõem a CET. Também foram convidados representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Natal (Semurb) e do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Estado (Idema/RN).
Com informações de Tribuna do Norte