VÍDEO: Prefeito sugere aplicação de ozônio no ânus para tratar Covid

04 de Agosto 2020 - 14h42
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O prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), anunciou ontem que a cidade fará parte de um estudo para utilizar a ozonioterapia por via retal no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus.

A falta de comprovação científica do método causou polêmica após o anúncio do político, uma vez que o CFM (Conselho Federal de Medicina) desaconselha o uso laboratorial de ozônio. O tema gerou uma série de memes nas redes sociais.

Em junho, a Aboz (Associação Brasileira de Ozonioterapia) conseguiu autorização do Conep (Conselho Nacional de Ética e Pesquisa) para liderar dois estudos com ozônio: um deles com pacientes ambulatoriais e outro com doentes já internados com covid-19.

Ocorre que aplicação de ozônio pelo ânus é uma opção "dez vezes mais barata" do que a versão intravenosa.

O Conep autorizou ao todo três estudos envolvendo a utilização do ozônio no tratamento de covid-19. Em um deles, protocolado em abril, a conclusão foi de que faltam "estudos clínicos em humanos que demonstrem o efeito de tratamento com ozônio naqueles infectados por coronavírus".

O CFM emitiu uma resolução em 2018 em que proíbe aos médicos a prescrição de ozonioterapia em consultórios e hospitais. A exceção pode acontecer em caso de participação de pacientes em estudos de caráter experimental, com base em protocolos clínicos e critérios definidos pela Conep, como é o caso do estudo em Itajaí.

Souza, porém, rebate a afirmação dizendo que os testes da Aboz levam em conta estudos "com resultados contra a covid-19" desenvolvidos na Espanha, Itália e China.

"É uma das técnicas aprovadas na prática integrativa do SUS (Sistema Único de Saúde)", diz. "No CFM está no campo experimental, mas é autorizado na Alemanha, Rússia, Itália, Índia e Portugal", afirma.

"O prefeito de Itajaí se referiu ao projeto que testará o ozônio em pacientes tratados ambulatorialmente", afirmou Souza. "Já tocamos o estudo em uma clínica em Governador Valadares (MG), outra no Rio de Janeiro e outra em Araraquara (SP)."

"A pesquisa contará com dois grupos. Um deles receberá apenas o tratamento convencional e outro receberá o convencional além da ozonioterapia pela insuflação via retal", explica.

Com informações de UOL