VÍDEO: PF investiga crime de racismo em caso de professora expulsa de voo por não despachar mochila

30 de Abril 2023 - 08h23
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A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar crime de racismo contra a professora negra que foi expulsa de um voo da Gol Linhas Aéreas, ao se recusar a despachar a mochila com um notebook dentro, na sexta-feira (28).

A informação foi divulgada neste domingo (30), pela Superintendência Regional da PF na Bahia, depois que os ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos acionaram a Procuradoria-Geral da República na Bahia e a PF, para que crimes, infrações e ou violações relacionados ao caso fossem apurados.

A PF classificou a retirada da professora Samantha Vitena como "compulsória" e disse que a investigação se manterá em sigilo, até que todo o caso seja apurado. 

Em uma nota divulgada no sábado (29), a Gol disse que Samantha acomodou a bagagem em um local que obstruía a passagem, o que trazia risco a segurança do voo. Testemunhas e a defesa do professora negam a informação e afirmam que a mochila foi colocada no bagageiro, depois que outros passageiros ajudaram, porque a tripulação a teria ignorado.

Confusão em voo

O caso aconteceu em um voo da Gol Linhas Aéreas, que sairia de Salvador com destino a São Paulo. Segundo a jornalista Elaine Hazin, que testemunhou a situação, Samantha foi ignorada por comissários quando precisou de lugar para guardar sua mochila no bagageiro dentro do avião.

Como Samantha não encontrou lugar para a mochila, a tripulação pediu que a bagagem fosse despachada, mas a passageira se negou, devido ao risco de dano ao seu computador, já que a companhia aérea não se responsabiliza com danos a eletrônicos despachados.

Outros passageiros se indignaram com a situação e ajudaram Samatha a encontrar espaço para guardar a mochila. Momentos depois, três agentes da Polícia Federal que disseram ter sido chamados pelo comandante, sob a alegação de que "Samantha estaria causando perturbação a bordo", e a expulsaram do voo.

Elaine Hazin classificou o episódio como sendo um fato "extremamente violento de racismo", e relatou que um tripulante da Gol teria dito: "Se você não despachar, a gente não sai daqui. Ou você despacha ou você sai do voo".

A defesa de Samantha também aponta racismo estrutural no caso e disse que ela está muito abalada. “A gente está buscando a responsabilização de todas as pessoas que lesaram o direito de Samantha. Isso envolve companhia aérea, pessoas físicas e está no processo de estruturação”, disse Fernando Santos.

Veja imagens da confusão no voo:

Com informações de G1