
O cirurgião-geral Joaquim Inácio de Melo Júnior, de Goiás, foi internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Anis Rassi, em Goiânia, após defender publicamente o uso do medicamento ivermectina contra a covid-19.
Em uma entrevista concedida por ele, na semana passada, para a TV Serra Dourada, afiliada do SBT, no estado, ele disse que havia sido diagnosticado com a doença havia oito dias, que estava utilizando o remédio, e que o período de quarentena acabaria no domingo (12). Dois dias antes, no entanto, na sexta-feira (10), o quadro de saúde do médico se agravou e ele foi hospitalizado.
Melo Júnior faz parte de um grupo composto por médicos goianos, chamado Goiânia Frente à Covid-19, que defende o tratamento preventivo contra o novo coronavírus, utilizando medicamentos como a ivermectina, um antiparasitário (vermífugo), cuja eficácia não é comprovada cientificamente.
Ao ser questionando se estava utilizando o medicamento na entrevista concedida semana passada, o cirurgião, ainda em casa, respondeu ironizando: "E (tô) desse jeito aqui, ó", dando tapas no próprio rosto. "Tem 110 dias que eu venho pregando esse tratamento profilático e eu era uma voz quase solitária. Graças a Deus, fizemos um grupo aqui em Goiás", disse.
Mais adiante, na entrevista, quando confrontado pelo posicionamento do Conselho Regional de Farmácia, Melo Júniorrespondeu que era direito dele como médico, com 40 anos de experiência em Medicina, prescrever o medicamento. "Eu tô na ponta. Não tô fazendo pesquisinha randomizada, não, porque não dá tempo. Não dá para esperar um ano para ficar pronto, assim como a vacina, que não vai ter esse ano, não. Esquece! A vacina se chama ivermectina", declarou.
Fonte: Uol