
O delegado Fabrício Oliveira, titular da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil do Rio, compartilhou, nesta terça-feira, em seu perfil no Instagram, o vídeo de um baile funk que, segundo ele, aconteceu na Vila do João, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio. As imagens mostram homens armados com fuzis na plateia. Em determinado momento, eles começam a atirar.
“Baile funk realizado na favela Vila do João, no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Nos últimos 3 anos, as operações policiais regulares em favelas do Rio de Janeiro estão proibidas. A estrutura desses eventos aumentou e os lucros ilícitos das organizações criminosas se multiplicaram. A realização de operações depende da demonstração de um motivo absolutamente excepcional, e é condicionada também ao cumprimento de uma série de outras exigências”, escreveu ele na legenda.
Bandidos dão tiros de fuzil durante baile funk na Vila do João, no Complexo da Maré
Esconderijo e ‘concessionária’ do tráfico
O Complexo da Maré é apontado pela polícia como esconderijo de chefes do tráfico locais e também de fora do Rio. Até mesmo um ex-miliciano já se escondeu no conjunto de favelas: Leandro Xavier da Silva, o Playboy, de 28 anos, que morreu durante uma operação policial em junho deste ano. Ele era aliado do miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, chefe da maior milícia do estado, de quem se afastou, e acabou se aproximando de traficantes da Maré.
Na Maré também funcionava uma espécie de “concessionária” do tráfico, desmantelada pela polícia durante uma operação em julho deste ano. Na ocasião, foram apreendidos 28 carros — inclusive um Porsche Macan T, avaliado em quase R$ 500 mil. Um dos veículos usava uma placa com o nome de uma das facções do tráfico de drogas que domina a região.
De acordo com as investigações, em comunidades da Maré funcionava um polo de clonagem e desmanche de veículos roubados. O negócio, que atuava como uma “empresa do crime”, englobava desde o roubo do veículo até sua clonagem e venda. Além da confecção de chaves reservas, ferramentas raras eram usadas para trocar a numeração do chassi, para que o produto fosse valorizado na venda, numa tentativa de aproximar o preço da revenda do valor de mercado.
VÍDEO: Homens exibem fuzis e atiram durante baile funk no Complexo da Maré.https://t.co/h3BFANcjhd pic.twitter.com/YJrGeVVgxd
— BLOGDOBG (@BlogdoBG) August 8, 2023
Com informações do Extra | O Globo