Vereadores denunciam cemitério de ambulâncias e depósito de dengue na zona Norte

17 de Abril 2019 - 03h51
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Após denúncia de servidores, a Comissão de Saúde da Câmara realizou na tarde desta segunda-feira (15), uma inspeção no prédio do Centro de Controle de Zoonoses que fica situado no Conjunto Santa Catarina, na Zona Norte da capital. No local, os vereadores atestaram a situação de precariedade em que se encontra tanto a estrutura física, quanto de trabalho dos funcionários que prestam serviço no local. Presidente da Comissão, o vereador Fernando Lucena (PT) se demonstrou preocupado com o depósito de ambulâncias abandonadas dentro do terreno, que acabam se transformando em criadouros para o mosquito Aedes Aegypti. “Aqui você tem a Maternidade Leide Morais, o Zoonoses e o canil, ou seja, você tem cães com Calazar a cinquenta metros e o mosquito da dengue ou não pode ferroar um animal doente desse e depois picar uma criança recém-nascida na maternidade. A área dessas ambulâncias não podia nunca ser aqui. Quando fizeram à denúncia eu não acreditei que seriam capazes de fazer um verdadeiro depósito de dengue, numa área de saúde, mas quando chegamos aqui, infelizmente por mais que achemos impossível, o impossível se torna realidade”, disse.

O vereador Franklin Capistrano (PSB), que é médico, atestou a preocupação com o problema devido à grande probabilidade dos moradores no entorno da estrutura e também funcionários da maternidade, do canil e também pacientes serem contaminados por doenças, principalmente pelas arboviroses, já que a capital vive uma epidemia desses casos. “Uma situação dessas vai trazer dificuldades maiores para a população, porque os moradores da região vão ficar doentes e nada se faz, sem falar no cemitério de ambulâncias e ai vai continuar aqui? Aqui atrás está a maternidade da Zona Norte e quais as consequências? São perguntas que teremos que encontrar a resposta na próxima reunião da comissão de saúde”, ressaltou o vereador.

Outra denúncia acompanhada pelos vereadores foi quanto à situação do canil e do serviço de castramóvel. O prédio está com as obras paralisadas e não existem condições de trabalho para os servidores. “Aqui até as paredes são contaminadas, então animais com patologias transmissíveis para o homem como esporotricose, calazar, inclusive tem o próprio mosquito transmissor vivendo aqui expostos para quem mora perto e para os profissionais. Segundas, quartas e sextas são realizadas eutanásias de animais com calazar e isso é bastante complicado sem condições estruturais. E outra observação que temos de fazer é quanto ao castramóvel, que de móvel não tem nada. É uma estrutura muito grande para pneus pequenos que não consegue andar nas ruas, que deveria estar nas ruas, mas que acaba sendo utilizada há cada quarenta dias com a castração de no máximo cinqüenta animais. Precisamos conversar com o diretor daqui e a Prefeitura e ver como podemos melhorar. População doente mais gasto para os cofres públicos”, destacou a vereadora Carla Dickson (PROS).

Ao final da visita, o vereador Fernando Lucena explicou o que será feito com o material colhido. “Nós vamos fazer um relatório e encaminhar ao Ministério Público mostrando que o problema continua e apenas mudou de lugar. Além do prejuízo das ambulâncias, o risco na saúde pública tanto para a população quanto para os profissionais”, informou.