'Tio Paulo' ficava em garagem sem piso; empréstimo seria para reforma

22 de Abril 2024 - 11h22
Créditos: Reprodução/Fantástico

O idoso que foi levado, morto, por uma mulher para obter um empréstimo em uma agência bancária do Rio de Janeiro, no último dia 16, passava o dia em uma garagem na casa da suposta sobrinha. As informações são do Fantástico, da TV Globo.

Um vídeo mostra que o quarto improvisado não tinha piso. As paredes não tinham reboco, e o local contava apenas com poucos móveis, como uma cama, um vaso solto e uma mesa de plástico.

Segundo a família, Paulo Roberto Braga, 68, dormia em um quarto no andar de cima, mas, nos últimos dias da sua vida, passou a ficar na garagem para evitar subir a escada. Nesse quarto tinha uma cama e um armário.

O empréstimo, no valor de R$ 17 mil, seria para custear a reforma do quarto improvisado. Um documento apresentado pela família mostra que o dinheiro foi solicitado em nome do idoso no dia 25 de março e seria descontado mensalmente do benefício que ele recebia.

Lucas Nunes dos Santos, filho de Erika de Souza Vieira Nunes, defende a mãe. "Minha mãe criou seis filhos, nunca precisou roubar, enganar ninguém para criar os seis filhos dela. Nossa vida é muito bem encaminhada, e a nossa mãe sempre foi nossa maior inspiração".

A família mostrou laudos médicos em que Erika é atestada com depressão e como dependente de medicamentos. Dois especialistas orientaram a internação da mulher.

Uma tia de Erika e do idoso, que ficou conhecido como "Tio Paulo" por ser chamado assim pela mulher, diz que ele não deixou herdeiros. "A Erika, por não ter vínculo empregatício, ela é quem mais protegia ele. 'Tio, já almoçou? Quer alguma coisa?'. Era isso".

Novas imagens

Novas imagens divulgadas pelo Fantástico mostram momentos antes do atendimento, quando a mulher entra com o idoso na agência. Ao se sentar para esperar o atendimento, Erika segurava a cabeça do tio com a mão. Quando ela retira a mão para mexer na bolsa, a cabeça dele fica pendurada no apoio da cadeira de rodas.

Em outro momento, ela conversa com uma funcionária do banco e vai ao banheiro, onde fica por aproximadamente 6 minutos. Durante esse tempo, a funcionária sustentou a cabeça de Tio Paulo.

Após o atendimento frustrado, os dois são levados a uma sala reservada. Lá, o idoso é retirado da cadeira e uma funcionária da agência faz massagem cardíaca para tentar reanimá-lo. "Eu falava: 'O senhor tá me ouvindo?'. Nada, não tinha reação. É um sentimento de impotência. Mesmo fazendo tudo aquilo que estava ao meu alcance. Tudo o que eu quero é esquecer", disse a funcionária ao programa.

Com informações do UOL