“Tenho pesadelos com a Globo toda semana”, desabafa ex-jornalista da emissora

16 de Abril 2024 - 15h08
Créditos: Reprodução TV Globo

 

A jornalista Veruska Donato, 51, desabafou sobre os motivos que a levaram a desenvolver síndrome de burnout durante o período em que trabalhou na TV Globo. O termo é usado para designar um distúrbio emocional resultante do estresse crônico no local de trabalho.

“Era uma tristeza, uma tristeza. Eu falava: ‘O que está acontecendo? Eu gosto de ser jornalista, eu gosto de ser repórter. O que está acontecendo comigo?”, contou Veruska ao UOL, ao lembrar da ocasião em que se dirigia para uma pauta quando travou, sem saber para onde ir.

Recentemente, três anos após deixar a emissora em 2021, Veruska venceu uma ação contra a emissora na Justiça do Trabalho por ter sido submetida, de forma forçada, a um “padrão de beleza” que a deixou emocionalmente adoecida.

A vitória é um alívio diante dos sintomas do burnout, que a acompanham até hoje. “Tenho pesadelos com a Globo quase toda semana. Tenho pesadelos horríveis […] Sonho que estou contratada, trabalhando na empresa ainda, e aí, quando chego com o meu material para botar no ar, eles dizem: ‘Não, mas você não trabalha mais aqui’. É tudo muito confuso. Fico sem casa, começo a passar fome, não arrumo mais emprego em lugar nenhum, porque é mais ou menos isso que aconteceu”.

Veruska afirma que após a saída da emissora fez com que as ofertas profissionais minguassem. Em uma ocasião, ela negociava com uma afiliada da Globo em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, mas a contratação não foi para frente após o processo contra o canal dos Marinho.

“Eu queria que as pessoas soubessem, eu queria que soubessem por mim que não foi legal. Eu queria que as pessoas soubessem que eu sofri. Eu sofri. Doía você se achar incompetente. Dói, depois de tantos anos, e você beirando os 50, porque quando eu saí de lá eu tinha 49. Eu fiz por dor, porque doeu”.

Em nota, a comunicação da TV Globo informou que não comenta casos sub judice, mas reiterou que a empresa mantém um Código de Ética em linha com as melhores práticas atualmente adotadas, que proíbe terminantemente o assédio e deve ser cumprido por todos os colaboradores, em todas as áreas da empresa.

Com informações de Metrópoles