Styvenson e senadores querem investigação de suposto 'lobby da maconha' no NE

03 de Junho 2020 - 14h11
Créditos:

Os senadores Eduardo Girão (Podemos), Rodrigo Cunha (PSDB) e Styvenson Valentim (Podemos) pediram explicações ao ministro da Justiça, André Mendonça, sobre as investigações da compra de respirados pelo chamado Consórcio Nordeste.

Na última segunda-feira, como noticiamos, a Polícia Civil da Bahia deflagrou a Operação Ragnarok, que mirou a empresa Hempcare, acusada de ter vendido e não entregado 300 respiradores ao Consórcio do Nordeste — que pagou R$ 48 milhões pelos equipamentos.

Segundo os parlamentares, a empresa Hempshare também é alvo das investigações.

“É do nosso conhecimento que as referidas empresas são conhecidas, negocialmente, pela sua produção/importação de itens medicinais oriundos da cannabis e seus derivados. E que a negociação se deu por dispensa de licitação”, dizem os senadores no ofício.

Eles perguntam a Mendonça se o ministério “irá fornecer apoio da Polícia Federal para auxiliar as investigações e identificar os envolvidos”. “Ou se alguma outra medida será tomada em suporte aos estados que compõem o Consórcio Nordeste”, acrescentam.

Para Girão, que conversou com o site, os governadores caíram em uma cilada ao deixarem “R$ 48 milhões de verba pública nas mãos do lobby poderoso da maconha”.

A suspeita já havia sido levantada pelo deputado federal Osmar Terra, ex-ministro da Cidadania do Governo Bolsonaro, através do Twitter. “Quanto mais eu rezo, mais assombração...!! Até onde entendi o consórcio dos Governadores do Nordeste, comprou respiradores de empresas produtoras de maconha e derivados, Hempshare e Hempcare que pegaram o dinheiro adiantado e não entregaram ...!  É isso?!”, publicou.

A Hempcare comercializa produtos derivados da maconha. É isso que informa o site da própria empresa, que diz importar produtos dos Estados Unidos e Europa, “à base de Cannabis spp na América Latina”.

Na seção do site que apresenta os produtos comercializados pela empresa, há apenas dois óleos feitos à base de derivados da maconha.

Só o Rio Grande do Norte pagou antecipadamente cerca de R$ 5 milhões de reais na compra conjunta. O dinheiro ainda não retornou para os cofres do estado, nem muito menos os respiradores estão à disposição da Secretaria de Saúde do RN para salvar vidas das vítimas da Covid-19.

Com informações de O Antagonista.