
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), foi sondado pelo ex-presidente Lula para voltar ao PT, o que abriria a possibilidade de ele ser o candidato do partido para disputar a Presidência em 2022. Por ora, segundo interlocutores, não houve um convite formal, mas uma conversa com o ex-presidente, no último dia 18. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), também participou do encontro, que aconteceu pouco antes de uma reunião na Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo.
Ao jornal Valor Econômico, em entrevista publicada ontem, Gleisi disse que o partido trabalha com a reedição da candidatura presidencial do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, mas admitiu que vê o governador do Maranhão como uma alternativa e ressaltou que ele “sempre foi muito leal à causa” do ex-presidente Lula.
Ao GLOBO, a assessoria da deputada reafirmou suas declarações, mas disse que Lula não fez um convite formal a Dino. Haddad, por meio de sua assessoria, qualificou a entrevista como “adequada”. Já o ex-presidente Lula não quis comentar.
Nas próximas semanas, Lula deve encontrar Dino no Maranhão para uma agenda política. Segundo petistas, o apreço do ex-presidente por Dino cresceu em razão da defesa enfática de Lula que o governador fez quando o petista estava preso em Curitiba. A avaliação é que os argumentos de Dino renderam credibilidade à defesa do ex-presidente, além de trazer fundamentos jurídicos com a experiência de quem já atuou na magistratura.
Outro ponto a favor do governador foi seu apoio à ex-presidente Dilma Rousseff durante o processo de impeachment. Dino também tem relações de amizade e laços estreitos com o deputado Wadih Damous (RJ), o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e a própria Gleisi. A proximidade não é a mesma com Haddad, apesar de manter o diálogo com o petista desde a eleição de 2018.
O Globo