
O secretário de Educação do Rio Grande do Norte, Getúlio Marques, disse que a leitura feita sobre os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) referentes ao ensino médio no país apresentam distorção da realidade. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News Natal, na manhã desta segunda-feira (19), o secretário disse que a aprovação automática promovida por outros estados fizeram com que os índices subissem. De acordo com ele, o Rio Grande do Norte foi um dos poucos estados que conseguiu evolução na área de aprendizagem.
Pelos dados mais recentes do Ideb, o Rio Grande do Norte aparece com o pior ensino médio do país, com índice de 2,8, ficando abaixo da média nacional (3,9) e do Nordeste (3,8). De acordo com Getúlio Marques, devido à pandemia, foi autorizado aos estados recorrerem à aprovação automática dos estudantes, o que é um indicador utilizado no Ideb. Por isso, os estados que adotaram essa aprovação, tiveram um rendimento melhor do que os que decidiram reprovar os estudantes que não atingissem as notas necessárias.
O Rio Grande do Norte, de acordo com Getúlio Marques, historicamente reprova muitos alunos, mas tem conseguido progressão na aprendizagem. "São dois vetores (para o Ideb), que é do desempenho e que é a nota. Todos os estados fazem a prova e a progressão que tiram do censo escolar. O estado tem dificuldade há muito tempo muito em aprovar. Existe uma cultura de aprovar pouco. Somos um dos estados que menos aprova. Mesmo que nossos alunos aprendam mais, nós reprovamos mais, o que é uma dicotomia", explicou. "Alguém que tirou a nota igual ao Rio Grande do Norte e colocou o 100% (de aprovação), vai ter índice melhor. Nós só aprovamos alunos que tinham condições de serem aprovados", ressaltou o secretário.
Ponderando que o aumento também tem relação ao índices baixos que já eram encontrados ao longo dos anos, o secretário admitiu que "é mais fácil quem está abaixo ter maior evolução do que quem já está acima". Pelos números encaminhados, o Rio Grande do Norte apresenta crescimento na aprendizagem desde 2017.
Ainda na entrevista, o secretário afirmou que somente uma escola de tempo integral do Rio Grande do Norte teve sua nota computada na avaliação do Ideb. De acordo com Getúlio Marques, as escolas de ensino médio em tempo integral e as que ofertam educação profissional têm histórico de bom desempenho e tiveram dificuldades para a participação de 80% dos alunos, que é o percentual necessário para entrar na avaliação.
Com informações da Tribuna do Norte