Sem ajuda do Itamaraty, ex-jogador do ABC tenta sair do Sudão por conta própria: 'Omissos', diz jogador

23 de Abril 2023 - 08h56
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O carioca Paulo Sérgio, que está preso no Sudão por causa da guerra civil no país, cobrou neste domingo (23) ajuda do governo brasileiro para conseguir sair do país durante o cessar-fogo anunciado pelo grupo paramilitar que disputa o poder com o exército do país. Ele contou ao g1 que, sem resposta, o grupo tenta sair do país por conta própria.

“Todos organizados e já fechados com outras embaixadas. E a gente, estamos com quem? Só dizem que estão tentando resolver, porém não encontram mais ônibus e nem van pra nos tirar daqui”, cobrou Paulo Sérgio, atacante do Al-Merreikh.

O jogador, que atuou em clubes brasileiros, como o Flamengo, e no futebol de outros países, pediu mais ação em uma postagem nas redes sociais. Em uma postagem no fim da manhã, ele acusou o Itamaraty de ser omisso e desorganizado.

“Estão todos os estrangeiros saindo e inúmeros sudaneses”, disse o atleta.

Ele contou que o plano conta com a ajuda de um micro-ônibus alugado pelo clube para ir até a cidade de Porto Sudão, às margens do Mar Vermelho, ainda durante o período de cessar-fogo. A ideia é dormir na cidade e, na segunda-feira (24), atravessar a fronteira com o Egito.

"Estamos aguardando em um calor infernal a chegada do ônibus fretado pelo clube na recepção do prédio onde moramos. Em princípio, o ônibus chegaria em uma hora e agora passou para duas horas de espera. Detalhe: não foi o governo que conseguiu o ônibus que vai levar a gente para uma cidade afastada daqui, onde iremos dormir e viajar para o Egito amanhã. Esse ônibus foi fretado pelo clube", disse Paulo Sérgio.

Ele e outros 8 brasileiros que fazem parte do time estão em Cartum, capital do país, e tentam sair do território.

“Temos até 18h para sair daqui, senão isso vai ficar uma loucura. Já avisaram a gente! Estamos virados, tentando resolver os problemas por conta própria”, disse Paulo Sérgio.

Vinte e um brasileiros estão no Sudão, de acordo com as últimas informações enviadas pelo governo brasileiro.

O g1 entrou em contato com o Itamaraty, mas não obteve resposta até a última publicação desta reportagem.

Com informações do G1