Seis entre dez brasileiros não praticam atividades físicas como recomenda a OMS

18 de Agosto 2023 - 07h42
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Recentes dados estatísticos apontam uma preocupante tendência que surge no cenário de saúde do Brasil: aproximadamente seis em cada dez brasileiros não seguem as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 150 minutos semanais de prática de atividades físicas no tempo livre. Essa estatística reflete não apenas um problema individual, mas também um desafio significativo para a saúde pública e para o bem-estar da população.

Segundo artigo publicado na última semana na revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, cerca de 60% das pessoas são inativas fisicamente, ou seja, não praticam nenhuma atividade física. Entre os idosos brasileiros com 65 anos ou mais, o número é ainda mais impressionante: apenas 4% realizam alguma atividade de fortalecimento muscular.

Esse levantamento foi feito por pesquisadores do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica da USP, em parceria com instituições dos Estados Unidos e da Noruega. Para a análise, foram usados dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, feita pelo Ministério da Saúde (MS) com uma amostra de 88.513 participantes.

Renato Max, cirurgião cardíaco da Hapvida NotreDame Intermédica, explica que diversos fatores podem contribuir para essa estatística alarmante. “As mudanças no estilo de vida, como o aumento do uso de dispositivos eletrônicos e o trabalho sedentário, podem levar a uma diminuição da atividade física diária. Além disso, a falta de acesso a espaços adequados para a prática de exercícios, de tempo devido às responsabilidades profissionais e familiares, bem como de conscientização sobre os benefícios da atividade física também trabalham contra o bem-estar e a saúde”, afirma ele.

O médico destaca ainda que investir em infraestrutura adequada, promover programas de educação sobre saúde e oferecer alternativas viáveis para a prática de atividades físicas são passos cruciais para reverter essa tendência, iniciativas que devem partir de empresas e do poder público. “Tudo para melhorar a qualidade de vida da população e reduzir a incidência de doenças cardiovasculares, um dos riscos da ausência de atividades físicas”, ressalta Renato Max.

De acordo com a OMS, 150 minutos semanais de exercícios podem contribuir para a redução da mortalidade por doenças metabólicas, cardiovasculares, alguns tipos de câncer (como mama, endométrio e próstata), além de contribuir também para o controle de peso, redução da ansiedade e outros problemas de saúde mental.