Salesiano comemora 30 anos nos tatames com festa para Marcos Patriota

03 de Setembro 2019 - 02h59
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Uma vida dedicada ao esporte, com muitos desafios, sonhos e narrativas vitoriosas. Das mãos vazias, conceito que dá nome à arte marcial, Marcos Patriota fez do karatê seu legado no Rio Grande do Norte. Às vésperas de completar 30 anos da modalidade no colégio Salesiano, que será celebrada na próxima sexta-feira (6), o professor celebra com gratidão os ensinamentos de uma história na sala de aula e nos tatames da escola católica de Natal. Em homenagem, uma celebração está sendo preparada no Salesiano São José, com a presença de amigos, alunos, familiares e diversas autoridades do esporte norte-rio-grandense.

Dono de 29 títulos consecutivos no karatê nos Jogos Escolares do Rio Grande do Norte, Marcos Patriota já representou o estado em competições nacionais e eventos internacionais. Com muitas histórias, lembra com orgulho do primeiro dia em que entrou no Salesiano, após conseguir uma bolsa integral. Ao lado da mãe, conversou com Padre Prata, então diretor do colégio, e ganhou a chance de estudar e dar aulas da modalidade. Em 1989, com 19 anos, passou no vestibular e entrou para a UFRN.

“Meu sonho era estudar em uma escola que pudesse me ajudar a crescer na vida, que me desse um futuro. Eu tinha muitos amigos que eram karatecas e que usavam a farda do Salesiano. Como eu era de escola pública, sonhava em ter aquela oportunidade. Em 1985, fui com minha mãe conversar com Padre Prata, que era diretor do Salesiano, e que considero como um pai, e que abriu as portas da escola para receber o karatê. Com isso, ganhei uma bolsa integral para estudar e passei a ensinar a arte marcial para outros alunos. Fui contratado, de fato, em 1989, com 19 anos, quando passei no vestibular e entrei no curso de Educação Física na UFRN. Então, eu vou completar décadas de amor e dedicação por essa escola”, revela Patriota.

De forma prematura, perdeu a mãe aos 15 anos e, então, precisou ultrapassar etapas na vida pessoal e profissional. Aos 19 anos, teve a carteira de trabalho assinada pela escola, após passar no vestibular da UFRN. Um ano depois, casou-se. Tornou-se pai de Izabela Patriota e Júnior Patriota, que seguiram a história do pai no karatê e são considerados os maiores atletas da modalidade do Salesiano São José, somando juntos nove títulos de “Atleta Ouro” dos Jerns. Em uma segunda relação, veio a filha caçula Maria Clara, que estudou no Salesiano Dom Bosco e praticou basquete e karatê.

Conquistas e hegemonia nos Jerns

Em 1987, Marcos Patriota conquistou seu primeiro título nos Jogos Escolares do Rio Grande do Norte, ainda como aluno. Sem a realização da competição no ano seguinte, investiu na participação de competições regionais. Com o retorno do torneio estudantil potiguar, iniciou em 1990 sua hegemonia nos Jerns, conquistando de forma ininterrupta 29 títulos com a equipe de karatê do Salesiano. Esse ano, vai em busca da trigésima estrela para a coleção de triunfos no esporte.

Ao longo dessas três décadas, Patriota teve como atletas nomes importantes do karatê norte-rio-grandense, como Letícia Souza, que foi campeã mundial da modalidade na Itália; Thiago Hiroshi, escolhido por cinco vezes como Atleta Ouro dos Jerns, e mais recentemente, o jovem Iago Medeiros, que segue os passos do mestre nos tatames e se tornou recordista dos Jerns, com seis medalhas de Atleta Ouro, além de outros títulos nacionais e sul-americanos. Por conta desse histórico vitorioso, Marcos Patriota já representou o Brasil em diversas competições da modalidade, como no Peru, em 2004, e Argentina, em 2006, quando foi delegado técnico da comitiva brasileira em torneios internacionais.

Legado nos tatames

Em prateleiras na sala de esporte do Salesiano, Marcos Patriota exibe as conquistas nos tatames e de como o karatê tornou-se importante em sua formação, seja como professor de educação física ou como pai de família. Nas mãos, segura com orgulho a primeira conquista, uma porcelana concedida pela Secretaria de Educação do RN, ainda como atleta juvenil, pelo título em 1987.

Das relações guardadas, o professor reforça o elo entre educação e esporte, mas prioriza que seus alunos sejam bons em sala de aula. Filhos, alunos e muitos amigos passaram por seus treinamentos e usufruíram de seus ensinamentos de defesa pessoal. Dessa forma, as medalhas nas competições são as recompensas pelos esforços de uma vida escolar.

“O karatê me ensina, até hoje, diversos conceitos para a minha formação e as dos meus alunos, como disciplina, respeito e objetivos a cumprir. Para eles, eu prezo pelos estudos, que coloquem no topo de todas as atribuições. O esporte só vai auxiliar na obtenção de outros resultados educacionais”.