Saiba se a sua geladeira está dentro do novo padrão imposto pelo governo

20 de Dezembro 2023 - 05h07
Créditos: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Uma nova exigência do governo federal vai tirar oito de cada dez (83%) geladeiras do mercado brasileiro. É o que prevê a Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), que representa grande parte do setor no país.

O impacto ocorreria por causa de determinações que valerão a partir de 31 de dezembro deste ano, publicadas em resolução do Ministério de Minas e Energia.

De acordo com o documento, só poderão ser produzidos e importados refrigeradores que consumam no mínimo 85,5% da energia disponível. Ainda, esse piso subirá gradualmente até 31 de dezembro de 2027, quando o limite terá o patamar de 90%.

Uma nova determinação do Ministério de Minas e Energia, que passa a valer a partir de 31 de dezembro, exige que os refrigeradores tenham eficiência energética de, ao menos, 85,5%. A partir de 2025, a régua sobe um pouco mais, e a indústria precisará adequar as geladeiras para 90% de eficiência.

Com a decisão, oito de cada dez aparelhos (83%) não poderão mais ser vendidos. Apenas os itens de alto padrão, com preço mínimo entre R$ 4.000 e R$ 5.000, estarão disponíveis nas lojas.

A previsão é da Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), que representa boa parte do setor. Atualmente, o valor de entrada dos refrigeradores varia em torno de R$ 2.000.

"É necessário considerar a realidade brasileira. Infelizmente, com as novas regras, o consumidor de baixa renda será o mais prejudicado e, consequentemente, a indústria e seus colaboradores [também serão]. Desinvestimentos e perda de centenas de postos de trabalho podem ocorrer nos próximos meses. Apresentamos ao governo estudos técnicos mostrando este cenário ruim para a economia do país; porém, infelizmente, não foram considerados", explicou Renato Alves, diretor da associação.

O Ministério de Minas e Energia contestou a previsão da Eletros. Segundo a pasta, a norma não retira nenhum equipamento de circulação até 2026, tempo suficiente para adaptação da indústria.

"Em segundo lugar, os equipamentos que seriam descontinuados em 2026 são uma fração pequena do mercado. Do total de 25 modelos de refrigerador de 1 porta, 17 atendem às normas, portanto, apenas oito não poderiam ser comercializados a partir de 2026. Ainda assim, esses modelos podem ser adaptados e cumprir os novos requisitos estabelecidos", afirma a pasta em nota.

"A própria associação Eletros, em consulta pública realizada para definição desses novos índices, informou que uma projeção de aumento dos produtos seria de cerca de 23%, o equivalente a uma diferença de R$ 350,00 do preço praticado hoje, ou seja, dez vezes menor do que o valor informado por eles na imprensa. Enfatizamos que esse impacto ocorreria apenas em 2026, com a retirada do mercado desses últimos modelos mais ineficientes. O MME entende, no entanto, que esses valores devem ser ainda inferiores, considerando a competição em um cenário com novos equipamentos disponíveis em 2026", acrescenta o texto.

Com informações do R7