'Risco concreto de incêndio': Governo do RJ pode vetar Carnaval na Marquês de Sapucaí

03 de Fevereiro 2024 - 04h20
Créditos: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Por "risco concreto de incêndio", a Marquês de Sapucaí, sambódromo do Rio de Janeiro, pode ser vetada de receber o desfile das escolas de samba no Carnaval deste ano. A conclusão é de um relatório do gabinete do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), assinado nesta semana, ao qual o R7 teve acesso.

O texto diz que, por determinação de Castro, "todas as secretarias de Estado e autarquias com poder constitucional de fiscalização sobre as atividades descritas, devem agir para prevenir e proteger os cidadão e turistas que visitam e fazem parte do Carnaval do Rio de Janeiro". O documento é assinado por Victor Travancas, subsecretário do Gabinete do Governador. 

A abertura do relatório traz uma foto dos caixões de vítimas da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), para alertar as autoridades envolvidas dos riscos identificados no local. Entre os achados pela fiscalização do governo estadual, estão a ausência de extintores de incêndio, a falta de luzes de emergência, o fechamento de saídas e a presença de pessoas armadas sem qualquer controle.

"Havia longas linhas sem qualquer tipo de iluminação. Nestes espaços, não havia segurança pública ou privada. Foi possível perceber grupos, aproveitando a escuridão, para utilização de drogas ilícitas", diz o relatório. 

Os fiscais ainda flagraram fios de alta tensão expostos no local, inclusive dentro d'água. "Chamou a atenção da nossa equipe, tanto no setor par, como no setor ímpar, a quantidade de ambientes com fiação de alta tensão completamente exposta. Na maioria da extensão da Marques de Sapucaí, a fiação e transformadores estavam dentro da água — com risco gravíssimo de uma tragédia."

Sem saídas de emergência

Segundo a fiscalização, nos 700 metros da Marquês de Sapucaí, "só foram encontradas 3 pequenas [saídas de emergência]". Ainda assim, "duas delas indicavam portões completamente trancados. E uma das placas indica a principal saída de emergência do lado ímpar, onde existiam fiações expostas e uma série de obstáculos intransponíveis para que as pessoas pudessem a utilizar".

"Todas as portas de saídas de emergência dos camarotes, frias e cadeiras, ou seja, aquelas pequenas portas para acesso do público à pista em caso de emergência, estavam completamente lacradas", completa o documento.